Gestão e Qualidade | 24 de julho de 2018

Hospital Ernesto Dornelles realiza procedimento pioneiro e inovador de redução de estômago

A gastroplastia endoscópica garante alta no mesmo dia
Hospital Ernesto Dornelles realiza procedimento pioneiro e inovador de redução de estômago

O Hospital Ernesto Dornelles trouxe para Porto Alegre uma das técnicas mais avançadas de cirurgia da obesidade da atualidade, sendo a primeira instituição da região a efetuá-la. A gastroplastia endoscópica é um procedimento de redução de estômago realizado integralmente por endoscopia, sem cortes, com recuperação imediata e alta no mesmo dia. Tudo isso é possível através de um aparelho chamado Apollo Oversticth, que é acoplado à ponta do endoscópio, permitindo a realização de sutura (dar pontos) endoscópica “full thickness” (que pega toda a parede do estômago). O primeiro procedimento foi realizado em julho deste ano, e contou com a participação de quatro profissionais da equipe do Serviço de Endoscopia do HED e um médico convidado, de São Paulo.

Segundo o cirurgião do HED, Rodrigo Dallegrave, a endosutura tem como objetivo final restringir o tamanho do estômago em torno de 60% a 70%. “Esta redução propicia uma saciedade precoce e, com isso, a perda de peso em cerca de 20% a 25% do total”, afirma. Este procedimento se baseia na aplicação de pontos na parte interna do estômago, fazendo com que ele diminua. O mesmo adquire a forma de um tubo e, assim, comporta uma quantidade de comida menor. Ainda de acordo com o médico, o benefício da gastroplastia é não envolver o risco do ato cirúrgico, já que ele é realizado pela endoscopia. “Ele é menos invasivo e o período de recuperação é menor, além de ser um procedimento rápido, ele dura cerca de 1h30 e possui fácil recuperação: de 10 a 15 dias o paciente já consegue voltar às atividades normais”, explica.

Dr. Rodrigo Dallegrave

Dr. Rodrigo Dallegrave HED

 

Para fazer a gastroplastia, o paciente permanece no hospital entre 4h a 6h, sendo que na cirurgia bariátrica, são necessários, pelo menos, dois dias de internação. De acordo com o cirurgião e endoscopista Thiago Ferreira de Souza, da Faculdade de Medicina do ABC, em São Paulo, médico convidado, pelo HED, esta técnica já possui vários protocolos de pesquisa que asseguram que o método é eficaz. “Esta técnica chegou no Brasil a mais ou menos dois anos e é mais um procedimento que vem a somar com todas as outras opções de tratamento que o paciente tem para a obesidade”, salienta.

O endoscopista ainda ressalta que a perda de peso ocorre no primeiro ano e tende a estabilizar depois. “Mas a técnica isolada não serve para o tratamento da obesidade. Este tem que ser multidisciplinar, então precisa de um nutricionista, psicólogo e, claro, é necessária a prática de atividades físicas, para mudar o comportamento do paciente”, orienta.

Indicado para quem obesidade leve a moderada

Segundo Guilherme Sander, médico gastroenterologista e Coordenador do Serviço de Endoscopia do HED, o procedimento é indicado para quem tem IMC com valores entre 30 e 40, classificada como obesidade leve a moderada, e não tem restrição de idade.

Este avanço no tratamento da obesidade tem impacto direto na vida daqueles que sofrem com as consequências desta doença, como expõe Dr. Guilherme, “a obesidade é causa raiz da maior parte das doenças crônicas, sendo atribuído às consequências dela 10% de todos os gastos com saúde no mundo. Além disso é importante fator redutor da qualidade de vida e autoestima dos pacientes”, enfatiza.

Guilherme Sander

Dr. Guilherme Sander, HED

 

A iniciativa inovadora agora faz parte do leque de serviços do Hospital Ernesto Dornelles. A equipe responsável pela realização da cirurgia é coordenada pelo Dr. Guilherme Sander, “venho acompanhando o desenvolvimento da endosutura desde o Congresso Americano de Gastroenterologia, em 2011, onde tive a oportunidade de realizar o primeiro treinamento. Após, fui escolhido para novos treinamentos, incluindo a última geração do equipamento, atualmente em uso”, argumenta.

Ele ressalta que para a realização da endosutura é importante atender algumas qualificações. “Para a Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva – SOBED e o Conselho Regional de Medicina de São Paulo, visando a segurança do paciente, é necessária a realização deste procedimento em ambiente hospitalar, por médico certificado pela SOBED e com treinamento em endosutura gástrica”, orienta.

O gastroenterologista afirma que para o HED este é um passo importante dentro do planejamento estratégico da instituição. “Visamos ter uma área não só de inovação mas, também, de liderança de mercado no Estado e futuramente no País. Nós estamos trabalhando em prol deste objetivo e este procedimento é um passo importante para alcançá-lo”, afirma. No RS, apenas dois municípios já realizaram a gastroplastia: um em Caxias e dois em Marau.

Por se tratar de uma técnica nova no mercado da saúde, a mesma ainda não é realizada via plano de saúde, somente particular. Os interessados podem agendar uma consulta com a equipe por meio do telefone 51 3217-8885, ou pessoalmente no HED, na Avenida Ipiranga, 1801, 2º andar.

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