Gestão e Qualidade | 5 de junho de 2022

Hospital do RS é o primeiro do Brasil a receber prêmio considerado o Oscar da oncologia

Pedro Henrique Isaacsson Velho foi reconhecido pela Associação Americana de Oncologia Clínica por estudo voltado ao tratamento do câncer de próstata
Hospital do Rio Grande do Sul é o primeiro do Brasil a receber prêmio considerado o Oscar da oncologia

O oncologista do Hospital Moinhos de VentoPedro Henrique Isaacsson Velho é o primeiro pesquisador que atua numa instituição brasileira a receber o tradicional prêmio The Career Development Award (CDA) da The Conquer Cancer Foundation da American Society of Clinical Oncology (ASCO). A honraria é considerada o Oscar da oncologia e reconhece os profissionais que mais se destacam em suas áreas com pesquisas desenvolvidas para melhorar a experiência e o tratamento do paciente. O prêmio existe há 30 anos e nunca um hospital brasileiro havia figurado na lista com os trabalhos reconhecidos mundialmente.

Dr. Pedro é o chefe do Instituto de Pesquisa Moinhos. O médico ressaltou que é muito gratificante saber que o estudo coordenado por ele, de uso de testosterona, combinado com a medicação Radium-223, em pacientes com câncer de próstata, estará ao lado de outras iniciativas, lideradas por instituições que são referência mundial. O jovem oncologista tem 36 anos e mais de 50 artigos científicos publicados.

“É o reconhecimento de que estamos fazendo pesquisas de ponta aqui no Hospital Moinhos de Vento. Nos juntamos às maiores e melhores instituições internacionais, sendo a primeira brasileira a receber o prêmio, o que nos dá muito orgulho. Temos toda a estrutura para proporcionar tratamentos de excelência aos nossos pacientes, comparáveis a de outros centros de pesquisa de renome mundial”, afirmou o oncologista.

A cerimônia de entrega do prêmio aconteceu nesta sexta-feira (3), durante a ASCO Annual Meeting, considerado o maior e mais importante congresso de oncologia do mundo, em Chicago, nos Estados Unidos. Segundo a entidade organizadora, o evento reúne anualmente mais de 40 mil profissionais de todo o mundo. A premiação é de US$ 200 mil. Os recursos serão destinados ao Hospital Moinhos de Vento para serem investidos em projetos de pesquisa em câncer de próstata. Em 2019, o pesquisador brasileiro já havia recebido o prêmio Global Young Investigator, também da ASCO, pelo estudo clínico que avaliava o tratamento com imunoterapia em pacientes com câncer de próstata.

Conheça a relação de premiados no site da ASCO.

centros de pesquisa moinhos

Valorização e retenção de talentos

Para o superintendente executivo, Mohamed Parrini, o prêmio consolida a vocação e a tradição do Hospital Moinhos de Vento em desenvolver medicina e pesquisa de ponta. “A instituição tem como propósito cuidar de pessoas integrando a saúde, a pesquisa e a educação. Temos feito aportes significativos para atrair e reter talentos. O Dr. Pedro é um exemplo que incentivamos a ir para os Estados Unidos se aprimorar, dentro da parceria com a Johns Hopkins Medicine International, e atualmente lidera o nosso Instituto de Pesquisa Moinhos”, ressaltou Mohamed. Ele acrescentou que a ciência é um campo promissor e que estão previstos investimentos significativos nos próximos dois anos para ampliar, fomentar e captar mais estudos em prol da sociedade.

Durante o anúncio dos vencedores, o presidente do Conselho Administrativo da Conquer Cancer, Howard Burris, agradeceu aos doadores que apoiam os pesquisadores. “São esses líderes em ascensão, cujos projetos oferecem uma variedade de abordagens criativas para o tratamento do câncer, que estão trabalhando para acelerar pesquisas inovadoras e capacitar as pessoas em todos os lugares para vencermos a doença. Esses subsídios e prêmios financiam a busca de ideias inovadoras e oportunidades para construir carreiras significativas. Mas também oferecem grande esperança aos pacientes”, afirmou.

A pesquisa

O estudo desenvolvido pelo Instituto de Pesquisa Moinhos conta com a parceria da Johns Hopkins Medicine International. O objetivo é avaliar a terapia androgênica bipolar, que consiste em altas doses de testosterona associada a uma medicação já aprovada para câncer de próstata, o Radium-223. Em junho, deve iniciar a fase de recrutamento de pacientes no Brasil e nos Estados Unidos. Ao todo, serão cerca de 50 pessoas diagnosticadas com câncer de próstata metastático resistente à castração.

“É uma pesquisa muito promissora para pacientes com câncer de próstata. Podemos regredir o câncer e melhorar a qualidade de vida das pessoas, devolvendo e aumentando a testosterona dos pacientes e proporcionando menos efeitos adversos da hormonioterapia como fadiga, disfunção erétil, risco de fraturas, entre outros”, destacou.


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Instituto de Pesquisa e o Hospital Moinhos de Vento

A pesquisa é um dos pilares do planejamento estratégico do Hospital Moinhos de Vento. O Instituto de Pesquisa do Hospital Moinhos de Vento conta com uma estrutura alinhada aos melhores centros de pesquisa clínica do mundo. Atualmente são 134 estudos ativos, nas mais diversas fases, e cerca de 200 pacientes em estudos experimentais.

São 30 colaboradores, sendo que 76% são envolvidos diretamente em projetos de pesquisa. Hoje com três consultórios, está passando por processo de ampliação para cinco, além de  sala de infusão e farmácia próprias de medicamentos de pesquisa, áreas de apoio e amplo espaço para profissionais conduzirem seus trabalhos.

Desde sua fundação em 1927, o Hospital Moinhos de Vento tem como missão cuidar de vidas e colaborar com o desenvolvimento do país, promovendo uma medicina de excelência, na vanguarda dos melhores modelos de saúde internacionais. Único hospital brasileiro afiliado à Johns Hopkins Medicine International, é um dos seis de excelência do Brasil, segundo o Ministério da Saúde. Também foi considerado o terceiro melhor hospital do Brasil pelas revistas Newsweek e America Economia.

Com uma trajetória de pioneirismo e inovação, já realizou dezenas de procedimentos de alta complexidade inéditos no Brasil e na Região Sul — nas áreas da cardiologia e cirurgia vascular, neurologia, oncologia, cirurgia robótica e terapia genética. Na última década, desenvolveu programas de telemedicina, atendendo pacientes em diversas especialidades médicas e em projetos de qualificação do Sistema Único de Saúde, em parceria com os governos federal e estadual.

 

 



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