Gestão e Qualidade, Tecnologia e Inovação | 26 de abril de 2021

Hospital de Clinicas de Porto Alegre inaugura o maior CME da América Latina

Daniela Santos Schneider (Chefia do Centro de Materiais e Esterilização) detalhou características da nova estrutura
Hospital de Clinicas de Porto Alegre inaugura o maior CME da América Latina

O Centro de Materiais e Esterilização (CME) do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) mudou suas atividades para uma área física quase três vezes maior. Segundo o HCPA, com a ampliação e aquisição de novos equipamentos, o setor se torna o maior da América Latina, ocupando uma área de 2 mil m². O CME realiza, atualmente, o recebimento, a limpeza, a inspeção, o preparo e a esterilização de aproximadamente 3 mil pacotes/dia, totalizando, aproximadamente, a manipulação de 295 mil peças entre instrumentais para cirurgias e outros materiais enviados para as unidades do Hospital.

Ao Portal Setor Saúde, Daniela Santos Schneider, Chefia do Centro de Materiais e Esterilização do HCPA, detalhou características da nova estrutura que ajudará no aperfeiçoamento do trabalho de esterilização e preparo de materiais usados nos procedimentos e cirurgias da instituição hospitalar.

As principais tecnologias adquiridas e suas principais funcionalidades

Segundo Schneider, “a lavadora termodesinfectadora multicâmara permite o aumento da produtividade do processo de limpeza de instrumentais tanto de cirurgias convencionais quanto vídeo laparoscópicas. Por sua caraterística de realizar a etapa de limpeza, enxague térmico e secagem em compartimentos distintos e de forma simultânea, ela permite que até 400 instrumentais por rack de cirurgias convencionais possam ser entregues lavados e termodesinfetados dentro de 60 minutos, estando aptos para a próxima etapa que é a inspeção da limpeza e o preparo das bandejas para esterilização”, diz.

Diminuição do trabalho manual

A lavadora Car Wash permite a realização do processo de limpeza de bandejas e recipientes utilizados durante os procedimentos cirúrgicos e invasivos. “Tal atividade, na estrutura anterior era realizado de forma manual pelos técnicos de enfermagem do CME em pias com molho enzimático, esta atividade resultava em um esforço físico muito grande dos profissionais. Ela também permite a limpeza de até 20 bandejas do tamanho 30 x 40cm em 30 minutos. Além disso, todos os carros de transporte de materiais contaminados recolhidos pelo CME, ao chegar no setor de processamento, são submetidos a limpeza neste equipamento, garantindo a qualidade do transporte de materiais esterilizados. O equipamento permite que até 2 carros de transporte sejam lavados e termodesinfetados simultaneamente. O carregamento e descarregamento automatizado de lavadoras termodesinfectadoras e esterilizadoras à vapor permite a minimização do esforço físico do profissional do CME. O peso da carga para esterilizar pode chegar até 60 kgs quando há materiais destinados para as cirurgias ortopédicas, os chamados OPMEs. Tal investimento visou melhorar aspectos relacionados ao trabalho e o cuidado com os nossos colaboradores, tendo como ganho secundário a produtividade, o qual ao termino de cada carga, o equipamento faz o descarregamento automático assim como, ocorre a introdução de nova carga e início de um novo ciclo”, explica Schneider.

Rastreabilidade

“Outro investimento foi o sistema de gestão em CME, o qual permite a rastreabilidade em tempo real de cada instrumental do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, assim como o mesmo permite a análise que quais os materiais que necessitam atenção de investimento devido ao seu fator de uso elevado. O investimento do sistema informatizado de gestão foi realizado juntamente com os equipamentos, no entanto, a sua implantação iniciou ainda na estrutura anterior há um ano e meio, enquanto os equipamentos estavam em processo de fabricação. Tal sistema já está auxiliando nas tomadas de decisões gerenciais, acompanhamentos das etapas, assim como a auditoria da rastreabilidade a partir das informações registradas no prontuário. Esta última funcionalidade atende a todos os requisitos de padrões de qualidade e segurança orientados pela JCI [Joint Commission International] e pelos órgãos sanitários, como ANVISA. ”

Parcerias de uso do CME e centro de capacitação

Segundo Schneider, está em andamento um projeto para que o CME se torne um centro de referência para capacitação e formação de profissionais de enfermagem nesta área. “A área da Enfermagem Perioperatória e principalmente quando se trata de processamento de produtos para a saúde, apresenta carência de profissionais com expertise no assunto, tornando-se uma área promissora tanto para enfermeiros quanto para técnicos de enfermagem. O desenvolvimento de pesquisas é uma realidade já praticada no CME do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, onde já tem parcerias com a UFRGS, incluindo projetos de graduação, de mestrado e de doutorado. Todos contam como principal parceira a Escola de Enfermagem, assim como, também, com outras faculdades vinculadas à Universidade Federal”, diz.

Melhoria dos indicadores

“O novo CME vai ao encontro dos temas estratégicos institucionais: otimização de recursos e espaços através das atividades de automatização de alguns processos, o cuidado centrado no paciente e baseado em valor percebido a partir da coleta e entrega de materiais processados nas unidades, contribuindo para a assistência direto e a minimização de ausência de profissionais das unidades. A contribuição do CME para a melhoria dos indicadores assistenciais de segurança do paciente é através da automatização de atividades antes realizadas de forma manual e o sistema de gestão e rastreabilidade de processos, assegurando a transparência e informações relacionadas aos processos que envolvem diretamente a prevenção de infecções”, finaliza Daniela Santos Schneider.

 



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