Mundo | 12 de outubro de 2023

Hospitais na Faixa de Gaza estão à beira do colapso, alerta OMS

A OMS documentou 34 ataques aos cuidados de saúde em Gaza desde o último sábado, que resultaram na morte de 11 profissionais de saúde em serviço.
Hospitais na Faixa de Gaza estão à beira do colapso, alerta OMS

Em comunicado divulgado nesta quinta-feira (12), a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou que o sistema de saúde na Faixa de Gaza está à beira do colapso. Segundo a Organização internacional, uma catástrofe humanitária está prestes a acontecer se  combustível, insumos humanitários e de saúde não forem entregues com urgência.

O centros de saúde estão sendo forçados a racionar as poucas reservas de combustível disponíveis. Para sustentar as funções mais críticas, as instituições de atendimento estão utilizando geradores. Conforme explica a OMS, os atendimentos terão que ser interrompidos dentro de alguns dias, quando os estoques de combustível se esgotarem. O impacto seria devastador para os pacientes mais vulneráveis, incluindo aqueles que necessitam de cirurgia para tentar salvar a vida, os pacientes em unidades de cuidados intensivos e os recém-nascidos que dependem de cuidados em incubadoras.

À medida que o número de vítimas aumenta devido aos ataques aéreos em curso na Faixa de Gaza, a escassez de material médico agrava a crise, limitando a capacidade de resposta dos hospitais já sobrecarregados.

A situação também atingiu gravemente a prestação de outros serviços essenciais de saúde, incluindo cuidados obstétricos, gestão de doenças não transmissíveis, como o cancro e as doenças cardíacas, assim como o tratamento de infecções comuns, uma vez que todas as unidades de saúde estão sendo forçadas a dar prioridade aos atendimentos de emergência.


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Até o momento foram reportados 34 ataques aos cuidados de saúde e 11 profissionais mortos em serviço

A OMS documentou 34 ataques aos cuidados de saúde em Gaza desde o último sábado, que resultaram na morte de 11 profissionais de saúde em serviço, 16 feridos e danos em 19 instalações de saúde e 20 ambulâncias. O acesso das equipes de emergência às localidades atingidas é dificultado em função dos danos na infraestrutura da região.

A Agência internacional alerta que sem a entrada imediata de ajuda humanitária em Gaza – especialmente serviços de saúde, fornecimentos médicos, alimentos, água potável, combustível e produtos não alimentares – os parceiros humanitários e de saúde não serão capazes de responder às necessidades urgentes das pessoas que dela necessitam. “Cada hora perdida coloca mais vidas em risco”, diz trecho da nota oficial da OMS.

“A OMS apela ao fim das hostilidades e à proteção dos cuidados de saúde e dos civis contra ataques. A OMS apela também à criação imediata de um corredor humanitário para garantir o acesso desimpedido de produtos de saúde e humanitários, bem como de pessoal, e a evacuação de pacientes e feridos. A OMS reitera ainda o seu apelo ao respeito e à proteção dos cuidados de saúde” completa.

“A OMS está pronta para enviar imediatamente produtos de saúde essenciais e para traumatismos através do seu centro logístico no Dubai e trabalhar com parceiros para garantir que estes possam chegar à Faixa de Gaza através da passagem fronteiriça de Rafah [cidade palestina situada ao sul da Faixa de Gaza, na fronteira com o Egito]. O acesso urgente através desta travessia é essencial para que a OMS e outras agências humanitárias possam agir rapidamente para ajudar a salvar vidas” finaliza o comunicado.

Conflito

O mais recente conflito entre Palestina e Israel foi motivado por ataques terroristas iniciados pelo grupo Hamas no último sábado (7). Conforme informações das Forças de Defesa de Israel (FDI) e do Ministério da Saúde palestino divulgadas nesta quinta-feira (12), o número de mortos passa de 1.300 em Israel e 1.417 em Gaza.

Ainda segundo o governo de Israel, para que a energia e a entrada de combustível sejam reestabelecidas é preciso que os cerca de 150 reféns (entre eles estão idosos, mulheres, crianças e bebês) que estão sob a guarda dos terroristas do Hamas sejam libertados.

 

 



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