Gestão e Qualidade, Mundo | 3 de setembro de 2015

Hospitais dos EUA se reformulam para atender melhor os pacientes obesos

Necessidade de camas, cadeiras de rodas e outros equipamentos maiores e mais resistentes
Hospitais dos EUA se reformulam para atender melhor os pacientes obesos

A atenção voltada para a chamada “população bariátrica”, definida como pacientes que têm um índice de massa corporal (IMC) de 40 ou mais, ganha força em instituições de saúde de todo o mundo. Os hospitais, de maneira geral, não estão preparados para receber pacientes extremamente obesos, alguns com mais de 200 kg. Leitos, macas e até vasos sanitários não suportam o excesso de peso.

O Hospital Parkland, em Dallas (EUA), reabriu recentemente, e cada um dos 862 quartos individuais do prédio de 17 andares estava pronto para acomodar o número cada vez maior de pacientes obesos, algo que hospitais agora começam a dar mais atenção. “Fizemos a reforma com essa ideia do paciente universal em mente”, afirmou Jim Henry, vice-presidente associado da empresa de consultoria de arquitetura HDR, que trabalhou no novo prédio, segundo o portal UOL. “Neste hospital o paciente não diz que vai ficar no quarto bariátrico”, salientou. Isso é, atualmente, uma tendência em hospitais dos EUA. Pacientes obesos enfrentam desafios únicos, como a necessidade de camas, cadeiras de rodas e outros equipamentos maiores e mais resistentes. Como cadeiras de rodas grandes nem sempre passam nas portas de tamanho padrão, é comum pacientes tomarem banho no quarto, o que requer ajuda de duas ou três pessoas. Pacientes obesos normalmente têm diversas condições médicas sérias simultaneamente que necessitam de cuidados especializados.

O enfermeiro e coordenador do programa de cirurgia bariátrica do hospital de ensino da Universidade de Medicina da Carolina do Sul, Geri Johnston, explica que “quartos de tamanho padrão não possuem espaço suficiente para os equipamentos apropriados para tratar desses pacientes”. Isso gera problemas, pois é preciso “espaço suficiente para ter o equipamento correto, que pode não caber em um quarto padrão de hospital, e com certeza não cabe em um quarto compartilhado, muito menos em um banheiro compartilhado”, completa.

Cada um dos espaçosos quartos de 25 metros quadrados do Parkland foi criado para tratar com mais eficiência dos pacientes. Desde a porta com uma largura de 1,80m para que uma cama/cadeira mais larga passe confortavelmente. Os leitos especiais acomodam pessoas de até 230kg e coletam, gravam e transmitem por rede sem fio informações importantes do paciente para os registros médicos eletrônicos do hospital, incluindo o peso e a posição da cabeça da pessoa, assim como a altura, a posição do breque e a do protetor lateral. Um alarme alerta os funcionários se o paciente tenta se levantar da cama.

Para aumentar a flexibilidade e a privacidade dos pacientes, os arquitetos também fizeram banheiros privativos de 4,5m quadrados, cada um com uma porta de 1,2 metros de largura e uma privada resistente além de chuveiro e assento extragrandes. Um total de 100 quartos – cerca de quatro por andar – estão equipados com um elevador motorizado que pode acomodar pacientes de até 450kg. Cada andar possui um elevador bariátrico portátil que pode acomodar pacientes de qualquer peso que precisem de transporte mais suave.

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