Estatísticas e Análises | 31 de outubro de 2023

Gestação após diagnóstico de câncer de mama: nova perspectiva para as mulheres

Novo estudo inovador aponta possibilidade da gestação para mulheres diagnosticadas com tumores mamários.
Gestação após diagnóstico de câncer de mama nova perspectiva para as mulheres

Um estudo recentemente publicado na renomada revista científica New England Journal of Medicine [1] está trazendo uma nova luz para mulheres que enfrentam o desafio de conciliar o tratamento de câncer de mama com o desejo de serem mães.

Atualmente, 70% dos casos de câncer de mama são hormonais [2], e o tratamento muitas vezes, requer o uso de anti-hormônios por 5 a 10 anos, o que impede a gravidez durante esse período. No entanto, a doença tem afetado cada vez mais mulheres jovens, levantando questões sobre a fertilidade e o desejo de gestar.

O estudo em questão investigou a possibilidade de interromper temporariamente o tratamento para permitir a gravidez, sem comprometer a saúde da paciente. Os resultados revelaram que, para algumas mulheres, é seguro interromper o uso do anti-hormônio por até 2 anos, desde que retomado posteriormente, sem aumentar o risco de recorrência da doença.


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A Dra. Renata Arakelian é oncologista do Hospital Santa Paula, referência em São Paulo e que faz parte da Dasa, maior rede de saúde integrada do Brasil, e detalha a importância do dado: “Este estudo oferece uma nova perspectiva para mulheres com câncer de mama que desejam ser mães, mostrando que é possível conciliar o tratamento e a maternidade de maneira segura e eficaz”. A especialista enfatiza a necessidade de uma abordagem multidisciplinar, envolvendo oncologistas, mastologistas e obstetras trabalhando em sintonia para oferecer um tratamento personalizado.

As Sociedades Americana, Europeia e Brasileira de Oncologia Clínica têm emitido recomendações específicas para mulheres que são diagnosticadas com câncer de mama durante a gestação, uma situação que vem sendo enfrentada com maior frequência. “Cada caso deve ser discutido minuciosamente com a paciente para garantir a melhor abordagem para a situação específica, avaliando os prós e contras de cada tratamento, sempre levando em consideração a saúde da mulher e do bebê”, complementa a Dra. Renata.


Referências
  1. Freedman RA, et al. “Pregnancy After Endocrine Therapy for HR-Positive HER2-Negative Breast Cancer”. New England Journal of Medicine, 2023
  1. Anvisa aprova medicamentos para câncer de mama e asma grave. Disponível em: https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/noticias-anvisa/2018/anvisa-aprovamedicamentos-para-cancer-de-mama-e-asma-grave, 2022



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