Gestão e Qualidade, Política | 5 de dezembro de 2012

Gastos com saúde vão aumentar nos próximos anos

Estimativas de crescimentos dos gastos com o SUS e a saúde suplementar foram apuradas em estudos
gastos com saude vao subir no proximo ano

Os gastos do Sistema Único de Saúde (SUS) com assistência ambulatorial – como consultas e exames diagnósticos – e internação hospitalar podem atingir, em 2030, R$ 63,5 bilhões, uma elevação de quase 149% em relação aos R$ 25,5 bilhões gastos em 2010. A estimativa foi divulgada pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS). Já os gastos do setor de saúde suplementar devem aumentar 35% em 2030, na comparação com 2010, e passar de R$ 59 bilhões para R$ 80 bilhões.

Segundo o instituto, a projeção é baseada no aumento e envelhecimento da população brasileira, com o consequente crescimento na utilização do sistema de saúde e nos gastos de atendimento. Para a saúde suplementar, um dos motivos para esse crescimento nos gastos é o aumento do número de beneficiários, também os idosos.

De acordo com o IESS, em 2010, o Brasil contava com 190,8 milhões de habitantes, dos quais 11% de idosos (a partir de 60 anos de idade). Para 2030, a estimativa é que o total de idosos atinja 40,5 milhões, ou 19% da população, prevista para 216,4 milhões. As despesas com internação de idosos, por exemplo, podem atingir R$ 14,3 bilhões em 2030, valor 4,7 vezes superior ao registrado em 2010.

A preocupação com a divulgação desses números pelo IESS é se o país terá orçamento financeiro para arcar com todas as despesas do SUS. Atualmente, o Brasil possui o 7º maior gasto de saúde do mundo. Com um crescimento de 2% ao ano, o orçamento do SUS, segundo o instituto, será de R$ 37,9 bilhões em 2030.

 

Saúde Suplementar

As estimativas foram projetadas com base em dois cenários considerando o “efeito demográfico puro” (sem aplicar indicador inflacionário) e levando em conta que os idosos têm mais consultas do que bebês de até quatro anos e que o número de internações da população entre 60 e 69 anos é o dobro daquela com idade entre 40 e 49 anos.

No primeiro resultado concluiu-se que as despesas atingiriam R$ 83,1 bilhões em 2030 e, em 2050, saltariam para R$ 104,7 bilhões. No segundo cenário, o IESS considerou uma amostragem de operadoras de autogestão. A estimativa atingiu patamares ainda mais elevados e foi de R$ 87,6 bilhões em 2030 para R$ 117,5 bilhões, em 2050.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil tinha em 2010 190,8 milhões de habitantes dos quais 11% com idade a partir de 60 anos. Para 2030, a estimativa do IBGE é que os idosos somem 19% (40,5 milhões de pessoas) da população de 216,4 milhões.

O total de beneficiários de planos de saúde poderá crescer de 44 milhões de pessoas, em 2010, para 51 milhões, em 2030, se a atual “taxa de cobertura” (participação de beneficiários no total da população), que gira em torno de 20%, for mantida.

Especialistas do setor apontam, entre as medidas que podem ser tomadas para tentar reverter esse crescimento de gastos é racionalizar gastos em saúde, aumentar a eficiência do setor, e estudar impostos específicos em saúde. Mas tudo precisa ser muito bem organizado e com uma gestão de qualidade, para garantir acesso a todos que necessitam.

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