Gestão e Qualidade | 26 de agosto de 2015

Fisiatria do Hospital São Lucas é pioneira na aplicação terapêutica da toxina botulínica

Técnica é indicada para controlar a dor e facilitar os movimentos
HOSPITAL-SAO-LUCAS

A utilização da toxina botulínica (Botox) em procedimentos estéticos é bastante conhecida, mas as primeiras aplicações da substância tinham fins terapêuticos. Especialidades como fisiatria, neurologia, oftalmologia e urologia aplicam a toxina em tratamento de distonia (contração involuntária) e espasticidade (rigidez muscular). O Serviço de Fisiatria do Hospital São Lucas da PUCRS (HSL) é pioneiro na aplicação da substância no processo de reabilitação de doenças neurológicas. Desde a implantação do ambulatório, em 2001, milhares de pessoas foram beneficiadas com o método.

O HSL oferece aos pacientes neurológicos o tratamento completo, incluindo avaliação médica especializada, programas de reabilitação física, aplicação da toxina e uso de equipamentos auxiliares. A média é de 15 a 20 novos pacientes por mês, que são acompanhados regularmente. “O HSL tem tradição na área. Somos o hospital que mais realiza aplicações por convênios”, ressalta Carlos Issa Musse, chefe do Serviço.

A técnica não é de cura, mas proporciona controle da dor, melhoria da qualidade de vida, facilitação de movimentos e ganhos terapêuticos na reabilitação. Ao ser aplicada diretamente no músculo, a substância bloqueia a informação vinda do nervo, possibilitando a diminuição da rigidez ou o hiperfuncionamento do músculo.

A toxina botulínica atua na consequência e não na causa das doenças. A principal utilização é no tratamento de espasticidade, distúrbio de movimento caracterizado pela rigidez ou falta de controle sobre o músculo. As causas são diversas, podendo decorrer de AVC, esclerose múltipla e paralisia cerebral, entre outros. A indicação na área neurológica estende-se ainda a distúrbios do movimento, distonias, que são contrações involuntárias de membros como mão, pescoço e boca; mal de Parkinson e esclerose lateral amiotrófica.

A substância também pode ser injetada nas glândulas salivares, em pessoas com dificuldade de deglutição causada pela salivação excessiva, a sialorreia. Recentemente, a toxina vem sendo adotada no tratamento de enxaqueca crônica; entretanto, só é indicada em condições que não respondem a outros métodos. A dermatologia a adota em casos de sudorese excessiva; a oftalmologia, na correção do estrabismo; a proctologia, no tratamento de fissuras anais; a urologia, para atenuar incontinência urinária; e a gastroenterologia, em pacientes com esfíncter entre esôfago e estômago. A fisiatria atende em grande escala a pacientes com sequelas de doenças neurológicas.

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