A Federação dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Rio Grande do Sul (FEHOSUL) e a Associação dos Hospitais do RS (AHRGS) promoveram nesta segunda-feira (6), encontro de lideranças da saúde gaúcha com o senador Luis Carlos Heinze (PP). O senador, acompanhado pelos deputados federal Pedro Westphalen (PP) e estadual Ernani Polo (PP), ouviu demandas e se colocou à disposição para aprofundar soluções para a melhoria da saúde gaúcha.

Cerca de 35 dirigentes de hospitais, clínicas e laboratórios compareceram à sede da entidade representativa em Porto Alegre. Os executivos discutiram a criação de um canal constante de diálogo. Em junho deste ano, o PP oficializou a pré-candidatura de Heinze ao governo do Rio Grande do Sul, nas eleições de 2023.

Na abertura, o presidente da FEHOSUL, Claudio Allgayer, lembrou o importante papel do deputado Westphalen para a saúde gaúcha e nacional. “É motivo de satisfação, e por que não de honra, reunir um seleto grupo de dirigentes das instituições de saúde do nosso Estado. Não posso deixar de destacar o papel sempre colaborativo do deputado Westphalen, parceiro há mais de 30 anos na busca pela sustentabilidade, não apenas para os nossos filiados, mas para todo o sistema de saúde. Esta reunião é mais uma prova da sua disposição em gerar a aproximação com o setor público.”

Reconstruindo o Sistema de Saúde Rio-Grandense: 18 pontos estratégicos

Allgayer entregou ao senador Heinze e ao deputado Ernani Polo, o documento “Reconstruindo o Sistema de Saúde Rio-Grandense: 18 pontos estratégicos”, elaborado no âmbito  da FEHOSUL.

“São sugestões para o alcance de uma saúde, de fato mais universal, integrando a saúde suplementar e o Sistema de Único de Saúde (SUS), sob os pilares acesso, gestão, qualidade e, principalmente, financiamento. Entre os pontos destacados no material, o IPE Saúde merece uma atenção urgente. A autarquia vem mantendo um passivo, que cresce a cada mês, em torno de 50 milhões de reais. Com este cenário, é absolutamente impossível para as nossas instituições continuar suportando isso. Nós precisamos de medidas para minimizar os problemas que estamos enfrentando atualmente, mas que é um problema crônico, de anos. Acabei de falar com o diretor de um hospital do Sul do nosso Estado, que me relatou que a sua instituição está em vias de fechar as portas, em virtude do não pagamento dos valores devidos, situação que se repete em quase todos os hospitais gaúchos”, alertou o presidente da FEHOSUL.

Para Allgayer, “é preciso reformular o IPE Saúde, responsável pela assistência a mais de 1 milhão de cidadãos rio-grandenses. Instituir uma política de financiamento adequada, através de cálculos atuariais que prevejam ações sustentáveis de promoção e proteção da saúde, diagnóstico precoce, internação, reabilitação e serviços de remoção e atendimento domiciliar. ”

Heinze se comprometeu a olhar de forma aprofundada para o IPE e para setor como um todo. “Venho de uma origem do setor rural. Mas é inegável que o setor da saúde merece uma atenção mais do que especial. Isto ficou comprovado durante a pandemia. Fizemos uma série de seminários pelo Estado recentemente, juntamente com o Ernani Polo, para ouvir sugestões sobre educação, saúde, segurança pública e também desenvolvimento. Em relação ao passivo de vocês, as pessoas têm que saber o que está acontecendo e me comprometo a buscar caminhos para melhorar a relação com o IPE”, anunciou Heinze.

O senador divulgou que sua equipe vem trabalhando para encontrar soluções para a questão financeira do Estado. E se prontificou a manter o canal de diálogo sempre aberto, recebendo propostas viáveis que possam fornecer um melhor nível de segurança financeira e tributária para a atuação dos hospitais, clínicas e laboratórios do Rio Grande do Sul.

Para Hilton Mancio, CEO do Tacchini Sistema de Saúde, é preciso pensar em soluções de longo prazo para os hospitais filantrópicos. “Que sejamos menos dependentes das soluções de socorro, que sem dúvidas ajudam, mas que também nos deixam em meio a incertezas constantes, sem previsibilidade.” Para Mancio, os governos devem parar de acreditar que os hospitais, mesmo sem receber, conseguirão seguir atendendo. Para um futuro melhor para o setor, ele defende a composição de ideias inteligentes na área da gestão e políticas públicas.

O presidente do Sindicato dos Hospitais e Clinicas de Porto Alegre (SINDIHOSPA), Henri Chazan, acrescentou que uma das principais preocupações, além do IPE Saúde, é o piso de enfermagem. Para Chazan, é inegável que os trabalhadores devem ser valorizados, mas é preciso encontrar um modelo que possibilite pagar este valor, “sem inviabilizar grande parte das empresas e sem aumentar o nível de desemprego em nosso país”, defendeu.

Empregos e inovação

O superintendente administrativo do Hospital Ernesto Dornelles (HED) e vice-presidente da FEHOSUL, Odacir Rossato, lembrou que o setor de saúde é de extrema importância para a economia gaúcha. “Geramos um grande número de empregos, que possibilitam a formação de profissionais altamente qualificados, com contribuição direta para a geração de renda. Além disso, é um setor que está investindo cada vez mais na inovação, como a que implementamos recentemente em uma parceria do [Hospital] Ernesto Dornelles com a Tecnopuc [da PUCRS].” Em 2019, o Hospital iniciou parceria com a Tecnopuc e Biohub, tornando-se mantenedor do Health Plus Innovation Center, iniciativa que visa gerar soluções inovadoras para a saúde.

Para Heinze, um dos potenciais do Rio Grande do Sul é o foco em inovação, principalmente aproveitando a competência de hospitais, pesquisadores e universidades. “Acredito, meu caro Rossato, que este é um caminho que o Estado pode vir a se diferenciar, investindo em startups e tecnologia. Já estamos trabalhando em projetos que possam incrementar parcerias com universidades. Este sim, é um caminho importante para gerarmos desenvolvimento com o apoio do setor de saúde”, respondeu o senador.

“Acredito que, para movimentarmos a economia, a parceria público-privada pode ser um caminho relevante para novas perspectivas”, acrescentou o senador.

No final da atividade, Westphalen citou trabalhos desenvolvidos por Heinze e Polo na pandemia, e destacou a humildade do senador em se colocar à disposição para absorver o conhecimento trazido pelos dirigentes. “Este movimento iniciado hoje aqui, com certeza trará melhorias para o futuro da saúde gaúcha”, finalizou.

Com informações e fotos FEHOSUL. Edição SS.