Estudo no Einstein avaliará uso de células CAR-T para pacientes com mieloma múltiplo
Diferentemente das aplicações de CAR-T que já têm autorização da Anvisa, a pesquisa avalia o uso das células para o momento inicial do tratamentoO Einstein inicia, nos próximos dias, o uso de células CAR-T em participantes de uma pesquisa clínica que estuda o uso desta terapia em participantes que não querem ou não podem – devido a condições de saúde – fazer transplante de medula óssea. Até o momento, este tratamento é feito somente em pacientes chamados refratários, que não respondem a outros tratamentos.
O Cartitude-5, como é chamado o estudo, vai usar células CAR-T – grupo de glóbulos brancos (linfócitos) responsáveis pela defesa do organismo contra agentes desconhecidos – da farmacêutica Janssen, em cerca de 650 pacientes com mieloma múltiplo. Além dos primeiros participantes da pesquisa inscritos, o estudo deve incluir um novo participante a cada mês no Einstein, chegando a cerca de 12 participantes.
A técnica utilizada, células CAR-T, consiste em reprogramar geneticamente células do sistema de defesa do próprio participante, caso dos linfócitos T, para reconhecer e combater seu tumor.
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O primeiro participante da pesquisa a ser submetido a este tratamento de Mieloma Múltiplo no Brasil colheu suas células brancas no Einstein em setembro de 2022 e teve este material transferido ao laboratório da Janssen, nos Estados Unidos, onde será processado e voltará ao Brasil para ser aplicado na unidade de transplante de medula óssea e terapia celular do Einstein, de forma pioneira, em novembro deste ano.
Uso das células para o momento inicial do tratamento
Diferentemente das aplicações de CAR-T que já têm autorização da Anvisa, esta pesquisa estuda o uso das células para o momento inicial do tratamento, logo após o uso por alguns ciclos da combinação de três medicamentos já aprovados e utilizados contra o mieloma múltiplo.
Nelson Hamerschlak, hematologista, coordenador do Programa de Hematologia e Transplantes de Medula Óssea do Einstein e pesquisador principal comenta a respeito do uso de células CAR-T para outras indicações/fases da doença. “Os primeiros estudos usando esta técnica tiveram taxas de resposta superiores a 80% e receberam aprovação dos principais órgãos sanitários do Brasil e do mundo, mostrando que, à medida que o tempo passa, o processo se torna cada vez mais seguro”, comemora.
Além do Einstein, conduzem o estudo outros dois centros, Hospital São Rafael, de Salvador, e Hospital AC Camargo, de São Paulo.
Referência Bibliográfica
Weisel K , Martin T , Krishnan A3, Jagannath S et al .Comparative Efficacy of Ciltacabtagene Autoleucel in CARTITUDE-1 vs Physician’s Choice of Therapy in the Long-Term Follow-Up of POLLUX, CASTOR, and EQUULEUS Clinical Trials for the Treatment of Patients with Relapsed or Refractory Multiple Myeloma. Clin Drug Investig. 2022 , 42(1):29-41
Berdeja JG, Madduri D, Usmani SZ, Jakubowiak A, Agha M, Cohen AD, et al. Ciltacabtagene autoleucel, a BCMA-directed CAR T-cell therapy in patients with relapsed/refractory multiple myeloma (CARTITUDE-1): a phase 1b/2 open-label study. Lancet. 2021;398:314–324.