Estatísticas e Análises, Mundo | 12 de julho de 2016

Estudo mostra impacto da hepatite viral no mundo

Hepatites matam mais pessoas do que a tuberculose, HIV e malária, individualmente
Estudo mostra impacto da hepatite viral no mundo

Conforme avançam as melhorias em vacinas e tratamentos contra a hepatite viral, uma melhor compreensão desta patologia faz-se necessária para informar as estratégias mundiais de intervenção na prevenção de doenças.

A doença, ainda ignorada por muitas pessoas, é causa de milhares de mortes no mundo, e pode ser classificada como hepatite A, B, C, D (ou Delta) ou E. Mesmo tendo diferença quanto ao tipo viral e estrutura molecular, todas elas têm o mesmo alvo primário: o fígado. As hepatites virais, inicialmente silenciosas, demoram alguns anos para desenvolver complicações. Entretanto, alguns dos principais sintomas (náuseas, vômitos, mal-estar, dor de cabeça e perda do apetite) surgem durante a fase inicial da doença.

A revista médica The Lancet publicou recentemente um estudo (Global Burden of Disease Study 2013) mostrando que as hepatites virais, em todas as regiões do mundo, estão entre as principais causas de óbito, comprometimento, sequelas na saúde e diminuição de anos de vida útil das pessoas. As hepatites matam, atualmente, mais pessoas do que a tuberculose, HIV e malária, individualmente.

Os cientistas do Imperial College London (Reino Unido) e da Universidade de Washington (EUA) examinaram dados de 183 países. Os pesquisadores apontaram que, entre os anos de 1990 e 2013, houve um aumento de aproximadamente 63% no número de óbitos por hepatites virais no mundo. Levando-se em consideração que, neste mesmo período, observamos um decréscimo nas taxas de mortalidade por outras doenças infectocontagiosas, que passaram a ser mais controladas, pode-se estimar a magnitude e as implicações urgentes desta informação para a saúde pública.

Como destaca o portal Newsmed, foram analisados a mortalidade por meio de modelos de histórico natural para infecções de hepatite aguda e um modelo de conjunto de causas de morte para cirrose e câncer de fígado. Foi usada meta-regressão para estimar a prevalência total de cirrose e de câncer de fígado, bem como a proporção de cirrose e câncer de fígado atribuíveis a cada causa.

Entre 1990 e 2013, as mortes globais por hepatite viral aumentaram de 0,89 milhões para 1,45 milhões; a soma dos anos de vida perdidos foram de 31 milhões para 41,6 milhões; os anos vividos com incapacidade passaram de 0,65 milhões para 0,87 milhões e os anos de vida perdidos de acordo com a incapacidade de 31,7 milhões a 42,5 milhões. Em 2013, a hepatite viral foi a sétima causa de morte em todo o mundo, em comparação com o décimo lugar em 1990.

O Ministério da Saúde brasileiro estima que 1,6% da população tenha algum tipo de hepatite viral. No entanto, boa parte desses pacientes não deve saber que tem a doença. As hepatites virais são transmitidas por contaminação sanguínea, ou seja, pelo uso compartilhado de materiais cortantes, como agulhas, aparelhos de barbear e alicates de unha, mas também pela ingestão de alimentos contaminados.

* Fonte: Portal Newsmed

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