Estatísticas e Análises | 22 de março de 2016

Estudo gaúcho avalia eficácia da radioterapia em pacientes com tumor cerebral

Tese de aluna de Pós-Graduação em Biologia Celular e Molecular da PUCRS é destaque internacional
Estudo gaúcho avalia eficácia da radioterapia em pacientes com tumor cerebral

Uma pesquisa da biomédica Marina Petersen Gehring (foto à direita), aluna do Programa de Pós-Graduação em Biologia Celular e Molecular da Faculdade de Biociências da PUCRS, ganhou destaque na publicação The International Journal of Biochemistry & Cell Biology. A proposta de tese avalia a eficácia da radioterapia em pacientes com glioblastoma multiforme, considerado o mais letal tumor cerebral.

O foco da pesquisa é auxiliar médicos na decisão sobre qual o melhor tratamento para pacientes com glioblastoma multiforme. No trabalho, realizado em parceria com o serviço de radioterapia do Hospital São Lucas da PUCRS, a biomédica analisou, dentro do tumor, o receptor purinérgico P2X7, presente em todas as células vivas e tecidos de vertebrados. Os resultados mostraram que, quanto maior a presença desse receptor no glioblastoma, mais sensível o tumor se torna ao tratamento radioterápico.

cerebro

Segundo Marina Petersen Gehring, pacientes com pouca presença do gene não tiveram uma boa resposta quando submetidos à radioterapia. “Observamos também que pacientes têm uma sobrevida maior nos casos em que o P2X7R é mais expresso e funcional, quando comparados a pessoas com menor presença do gene”, afirma a pesquisadora.

Segundo a professora orientadora do trabalho, Fernanda Bueno Morrone (foto à esquerda), devido a todas as características apresentadas pelos glioblastomas, à sua localização, seu alto índice de proliferação, agressividade e, principalmente, devido à presença de receptores purinérgicos (família de moléculas de membrana plasmática envolvidas em várias e ainda apenas parcialmente conhecidas funções celulares, tais como a reatividade vascular, apoptose e citocinas da secreção), torna-se importante uma compreensão mais aprofundada dos mecanismos envolvidos na resposta à radioterapia. “Isso poderá trazer uma nova abordagem de tratamento desses tumores”, afirma.

O estudo foi realizado com testes in-vitro, in-vivo (com camundongos) e também através de biópsias de 48 pacientes com tumor cerebral. Os resultados foram comparados com outros 343 pacientes de todo mundo, por meio de um banco de dados on-line.

Marina salienta que o glioma é um tipo muito agressivo de tumor, de difícil tratamento e com pouca sobrevida. Acomete principalmente homens, idosos e raramente geram metástases, porém sua infiltração no tecido cerebral normal torna a remoção cirúrgica difícil.

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