Estatísticas e Análises | 16 de julho de 2025

Estudo do A.C.Camargo aponta crescimento em casos de câncer de orofaringe causados por HPV nas regiões Sul e Sudeste

A análise, que reuniu dados de 3.218 municípios brasileiros, revelou ainda um cenário preocupante: cerca de 50% dessas cidades não contam com dentistas especialistas para atuar na detecção precoce e encaminhamento dos casos.
Estudo do A.C.Camargo aponta crescimento em casos de câncer de orofaringe causados por HPV nas regiões Sul e Sudeste

Um estudo realizado por pesquisadores do A.C.Camargo Cancer Center aponta o crescimento de casos de câncer de cavidade oral (orofaringe) devido a infecção por papilomavírus humano (HPV), principalmente nas regiões Sul e Sudeste do Brasil. Este crescimento segue uma tendência global que vem ocorrendo também em países desenvolvidos como, Reino Unido, Suécia e Finlândia.

Nos Estados Unidos, por exemplo, a incidência desse tipo de câncer entre homens aumentou 2,7% ao ano entre 2001 e 2017, com uma elevação significativa entre homens não hispânicos brancos e idosos. No Brasil, a ascensão ocorre especialmente entre homens com idades entre 55 e 59 anos.


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A análise, que reuniu dados de 3.218 municípios brasileiros, revelou ainda um cenário preocupante: cerca de 50% dessas cidades não contam com dentistas especialistas para atuar na detecção precoce e encaminhamento dos casos. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), são estimados mais de 15 mil novos casos da doença para o triênio 2020–2022, sendo o câncer de orofaringe cada vez mais relacionado à infecção pelo HPV – particularmente o tipo 16, de alto risco oncogênico.


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“Embora a taxa de mortalidade geral da doença esteja em declínio nos últimos 30 anos, a baixa cobertura vacinal contra o HPV pode comprometer os avanços obtidos”, destaca a Dra. Maria Paula Curado, chefe de Epidemiologia e Estatística em Câncer, do A.C.Camargo. Ela ainda destaca que a vacinação é uma das principais medidas preventivas, e vem registrando queda significativa entre adolescentes brasileiros.

A análise também destaca que a maioria dos casos é diagnosticada em estágios avançados da doença, com 43,88% dos pacientes em estágio IV. De acordo com o Observatório do Câncer, também publicado pela instituição, as taxas de sobrevida para o carcinoma de células escamosas de orofaringe são de 64%.

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