Estatísticas e Análises | 31 de agosto de 2022

Estudo aponta que resfriado comum foi única doença respiratória a circular durante distanciamento social no RS

Liderada pelo Hospital Moinhos, pesquisa inédita no país fortalece presença brasileira no campo de ciência e embasa estudos semelhantes em todo o mundo
Estudo aponta que resfriado comum foi única doença respiratória a circular durante distanciamento social no RS

Um estudo liderado pelo Hospital Moinhos de Vento mostrou que, de 20 doenças respiratórias, o rinovírus humano — um dos principais vírus causadores de infecções respiratórias — foi o único agente que permaneceu circulando simultaneamente ao SARS-CoV-2, tanto em adultos quanto entre crianças e adolescentes, no período em que ocorreu o distanciamento social restritivo. Esta foi a primeira pesquisa do tipo realizada no país, que avaliou a presença de patógenos como Influenza A e B; vírus sincicial respiratório, adenovírus, parainfluenza tipos 1, 2 e 3; Chlamydophila pneumoniae (que causa pneumonia); e metapneumovírus humano (hMPV), um dos vírus mais frequentes das infecções do trato respiratório nas crianças.

A análise também concluiu que o rinovírus não interferiu no risco de internação de pacientes adultos diagnosticados com ambas as infecções ao mesmo tempo, tendo sido associado a pouca gravidade em pacientes sem coinfecção. Ainda foi notado que o fator de risco de maior gravidade nos indivíduos com idade acima de 18 anos estava relacionado à infecção por Covid-19. Em crianças, por outro lado, a Covid-19 foi associada à doença mais leve.


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Informações epidemiologicamente relevantes

Para chegar a essa conclusão, pesquisadores do estudo COVIDa criaram um painel viral, onde foram avaliadas as amostras de 436 pacientes internados e ambulatoriais com idades entre dois meses e 18 anos, com sinais e sintomas da doença aguda, além de 993 pacientes acima de 18 anos também com sinais agudos no período de maio a setembro de 2020.

“Entendemos que a disseminação do rinovírus é mais difícil de conter, mas a gravidade deste agente tende a ser menor. Esse estudo nos traz informações epidemiologicamente relevantes, visto que os achados impactam na transmissão dos outros vírus e, ao mesmo tempo, se tivermos um novo surto de influenza, já sabemos que os cuidados que tivemos com o coronavírus podem auxiliar a conter sua disseminação. Além disso, fortalece a ciência brasileira e embasa outros estudos semelhantes”, explica o líder do estudo, o infectopediatra Dr. Marcelo Comerlato Scotta.

As análises foram publicadas em revistas internacionais, sendo que a relacionada a crianças e adolescentes foi disponibilizada em um jornal de pediatria e pode ser acessada no Pub Med, e a relacionada a adultos no Science Direct, considerada a principal fonte mundial de pesquisa científica, técnica e médica.

“Com mais de 44 mil reações realizadas para chegar a estes resultados, as conclusões reforçam que distanciamento social, uso de máscaras e frequente higienização das mãos criam barreiras não só contra o coronavírus, mas também contra outros vírus e bactérias que provocam doenças respiratórias e que podem evoluir para síndromes mais sérias, como a pneumonia, por exemplo”, reforça o especialista.

 Com informações assessoria de comunicação do Hospital Moinhos (conteúdo produzido em parceria com a BCW – Burson Cohn & Wolfe). Edição SS.

 



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