Encontrar formas de se conectar e se envolver com pacientes com demência é um desafio para os médicos. A unidade de terapia do hospital Cherry Knowle, na pequena cidade de Ryhope (Inglaterra), tem descoberto no futebol um aliado para essa aproximação. Construída próxima ao estádio do time local, o Roker, a ala tem utilizado o esporte na terapia de reminiscência, com resultados altamente positivos.

O futebol fornece um foco para homens que estão relutantes em participar de atividades em grupo. Lembranças de nomes de jogadores, partidas e eventos marcantes que ocorreram há 30, 50 ou 60 anos, podem permanecer claras. Imagens de antigos atletas famosos servem como estopim para conversas e debates.

Em reportagem do jornal londrino The Guardian, o gerente responsável pela divisão, dr. Geoff Willis, ressalta que “muitas vezes é difícil envolver homens mais velhos em atividades significativas. O uso de memórias desportivas tem funcionado, a maioria dos pacientes fica ansiosa para compartilhar suas lembranças sobre futebol”, afirma.

Corroborando com os estudos, Dr. Michael Clark, da Unidade de Pesquisa em Serviços Sociais no LSE (London School of Economics), pesquisou um projeto piloto da empresa Sporting Memories Network, feito na cidade inglesa de Leeds. O relatório aponta para um impacto positivo não só no bem-estar dos pacientes, mas também na equipe de profissionais, pois todos demonstram, em maior ou menor intensidade, interesse por grandes jogos de futebol do passado.