Mundo | 5 de fevereiro de 2017

Epidemia de gripe A atinge a Europa

Os idosos são o grupo de pessoas mais afetados, especialmente na França
Epidemia de gripe A atinge a Europa

Com 437 casos a cada 100.000 pessoas, a França, dentre os países europeus, está particularmente sofrendo com a gripe A (H3N2). A epidemia ainda não atingiu o seu ápice, mas dados demonstram que o problema é alarmante em muitos departamentos (estados), de acordo com o boletim semanal de saúde pública da França. O boletim também anunciou 1,3 milhões de consultas em seis semanas de epidemia, neste ano. Meios de comunicação reportam emergências hospitalares sobrelotadas, muito acima de suas capacidades operacionais, o que têm causado desgastes importantes na relação médica com o paciente, e manifestações de insatisfação da população, inclusive com desgaste da imagem das autoridades públicas de saúde, afetando também a imagem do atual governo socialista, em um momento político sensível, com eleições presidenciais agendadas para o próximo mês de maio.

O número de casos semelhantes a gripe A também está acima do normal. A identificação da doença é um desafio porque os mesmos sintomas são causados por outros vírus de inverno. “Existem testes rápidos, mas eles não têm 100% de precisão”, conta o professor e virologista do Hospital Universitário de Lyon, Bruno Lina.

O órgão de saúde pública francesa estima o número de mortos em 8.100 pessoas, porém os dados não são totalmente precisos porque também pode ter ocorrido mortes por vírus parecidos. Os idosos são o grupo de pessoas mais atingido pela gripe, com  68% das pessoas infectadas tendo 65 anos ou mais. Os pacientes, geralmente, não morrem pela doença em si, mas por alguma complicação associada ou até mesmo por terem adquirido alguma infecção bacteriana, que ocorre durante ou após o tratamento da doença.

Este ano, a vacina da gripe contém o vírus prevalente da gripe A, proporcionando assim uma melhor proteção do que nos anos de 2014 e 2015. De acordo com o boletim da Saúde Pública Francesa, as primeiras estimativas sugerem que a vacina está sendo eficiente, mas que só saberão dados mais precisos nas próximas semanas. Eles também informam que a vacina da gripe não é 100% eficaz, principalmente nos idosos, nos quais o sistema imunológico é menos eficaz. Entretanto, as pessoas não devem renunciar a vacina. Utilizá-la é o ideal para a prevenção individual e para diminuir a propagação do vírus na coletividade.

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