Estatísticas e Análises | 8 de outubro de 2020

Eli Lilly afirma que coquetel de anticorpos monoclonais demonstrou ser eficaz no tratamento da Covid-19

Farmacêutica norte-americana utiliza combinação de dois anticorpos, que resultaram em menos internações entre os participantes
Eli Lilly afirma que coquetel de anticorpos monoclonais é eficaz no tratamento da Covid-19

A farmacêutica norte-americana Eli Lilly anunciou, na quarta-feira (7), que um tratamento com anticorpos monoclonais é eficaz na redução dos níveis do vírus que causa a Covid-19 em pacientes, podendo impedir que os pacientes venham a adquirir o quadro mais grave da doença, e consequentemente, precisem ser internadas em hospitais.

A Eli Lilly já havia divulgado resultados para um tratamento semelhante usando um anticorpo, LY-CoV555, que os especialistas consideraram promissor. Porém, os novos resultados, que utiliza uma combinação de dois anticorpos, parecem ser mais robustos – com base nos dados iniciais fornecidos em um comunicado à imprensa.

Os resultados também parecem semelhantes aos que a farmacêutica Regeneron apresentou na semana passada com seu próprio coquetel de dois anticorpos monoclonais. Na sexta-feira passada, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi tratado com anticorpos monoclonais Regeneron.

Anticorpos monoclonais

Os anticorpos monoclonais são versões sintéticas dos anticorpos que constituem uma das principais armas do sistema imunológico. Os pesquisadores acreditam que injetá-los em pacientes pode ajudar no tratamento da doença.

Os pacientes que participaram do estudo estavam com Covid-19, mas não haviam sido internados no hospital. A Eli Lilly disse que em uma análise preliminar a combinação de anticorpos reduziu a quantidade de vírus em swabs nasais (cotonetes nasais) de pacientes após 11 dias.

Entretanto, os principais dados, sobre as cargas virais reais dos pacientes e a composição da população do estudo, não foram incluídos no comunicado à imprensa.

Resultados

No estudo, 112 pacientes receberam 2,8 gramas de cada um dos anticorpos e 156 receberam placebo. A diferença na carga viral foi estatisticamente significativa no dia 11, ao contrário de algumas doses do coquetel testado com um único anticorpo da Eli Lilly. Houve também uma redução estatisticamente significativa nos níveis virais três dias e sete dias após a infecção.

O tratamento também melhorou os sintomas e resultou em menos internações nos hospitais. As internações ao hospital ou pronto-socorro foram feitas por 5,8% dos pacientes no grupo placebo, e por apenas 0,9% daqueles que receberam a combinação de anticorpos. Entretanto, a diferença não pode ainda ser considerada estatisticamente significativa.

A Eli Lilly disse que está em contato com agências reguladoras em todo o mundo. A farmacêutica já pediu autorização de uso emergencial junto à agência reguladora de medicamentos dos EUA, a Food and Drug Administration (FDA). A farmacêutica explica que irá enviar um novo pedido de autorização de uso de emergência no próximo mês da nova terapia combinada – o pedido já feito trata-se de um tratamento não combinado (único). A aprovação total do tratamento junto a FDA pode ser concretizada até meados de 2021.

A farmacêutica informa que poderia ter até 1 milhão de doses de seu tratamento de um anticorpo único, LY-CoV555, disponíveis no quarto trimestre de 2020, com 100 mil disponíveis já em outubro. Porém, para a nova terapia combinada, apenas 50 mil doses estarão disponíveis no quarto trimestre de 2020.

Ambos os regimes de anticorpos foram bem tolerados, sem efeitos colaterais graves, disse a empresa. Nos estudos com um único anticorpo, houve reações à infusão do tratamento, que é administrado por via intravenosa, incluindo duas “reações graves à infusão”, das quais os pacientes se recuperaram.

Com informações do site Stat News. Edição do Setor Saúde.

 



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