Mundo | 24 de novembro de 2014

DPOC: doença pulmonar comum, perigosa e ainda relativamente pouco conhecida

Segundo OMS, patologia será a terceira maior causa de morte no mundo em 2030
Tabagismo

A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), embora seja perigosa, ainda é pouco conhecida da população em geral. De acordo com pesquisa da Organização Mundial da Saúde (OMS), a doença progressiva que se caracteriza por danos nos pulmões que torna cada vez mais difícil a respiração, será a terceira maior causa de mortes no mundo em 2030.

Por falta de conhecimento, muitos pacientes em situação de risco não realizam exames adequados e, consequentemente, não fazem tratamento preventivo e acabam sendo diagnosticados com DPOC quando já é tarde demais.

A DPOC é uma doença que ocorre, principalmente, em fumantes (cerca de 85% dos casos da doença). Um relatório realizado no Canadá, em 2010, pela Canadian Thoracic Society, ressaltou o perigo da DPOC, pois ela se enquadra entre as doenças “quase imperceptíveis, privando paulatinamente a saúde e a vitalidade dos pacientes”.

Muitas vezes, as pessoas são erroneamente diagnosticadas com bronquite crônica, tosse persistente ou uma infecção respiratória quando, na verdade, o quadro é de DPOC. Assim, a patologia se desenvolve até o ponto de incapacidade, que leva a internações hospitalares e, em situações mais graves, a óbito. Embora não tenha cura, a doença pode ser controlada com medicação. Os danos pulmonares podem ser evitados ou minimizados com tratamento preventivo, dando aos pacientes mais qualidade de vida.

Mais comum após os 40 anos

A DPOC está relacionada a um grupo de doenças pulmonares que bloqueiam o fluxo de ar. A doença atinge principalmente pessoas com mais de 40 anos, mas pode ser identificada em pessoas mais jovens. Pacientes com DPOC grave têm falta de ar com a maioria das atividades e precisam ser internados com frequência. Ente as possíveis complicações da doença estão o desenvolvimento de arritmias, necessidade de máquina de respiração e oxigenoterapia, insuficiência cardíaca no lado direito ou cor pulmonale (inchaço do coração ou insuficiência cardíaca devido à doença pulmonar crônica), pneumonia, pneumotórax, perda de peso, desnutrição grave e osteoporose.

No Brasil, cerca de 5 milhões de pessoas sofrem com o problema. É uma doença que se desenvolve lentamente e normalmente se inicia com uma discreta falta de ar associada a esforços como subir escadas, andar depressa ou praticar atividades esportivas. Nas fases avançadas, a falta de ar está presente mesmo com o doente em repouso e agrava-se muito diante das atividades mais corriqueiras.

Nas fases iniciais da doença, o comprometimento da função pulmonar pode ser assintomático, o que dificulta o diagnóstico. Os primeiros sintomas são tosse e catarro. Quando surge a falta de ar ou cansaço a doença pode estar em fase mais avançada. A DPOC leva cerca de 20 anos para se instalar por completo no organismo.

Outros sintomas incluem: falta de ar (especialmente durante as atividades físicas); chiado no peito; aperto no peito; excesso de muco nos pulmões; tosse crônica que produz expectoração (muco pode ser claro, branco, amarelo ou esverdeado); lábios ou unhas azulados (cianose); infecções respiratórias freqüentes; falta de energia e perda de peso não intencional.

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