Mundo | 28 de maio de 2013

Documentos mostram passado negro da medicina alemã

Farmacêuticas faziam testes sem consentimento dos pacientes
Documentos mostram passado negro da medicina alemã

Uma reportagem publicada pela revista alemã Der Spiegel revelou  um procedimento obscuro das empresas farmacêuticas na época em que a Alemanha estava dividida. Até a queda do Muro de Berlim (1961/1989), mais de 50 mil pacientes foram, sem conhecimento ou consentimento, submetidos a testes de medicamentos.

Arquivos privados do Ministério da Saúde, do Ministério de Segurança do Estado e do Instituto Alemão de Assuntos Regulatórios de Drogas da extinta Alemanha Oriental, mostram que farmacêuticas alemãs, suíças e norte-americanas testaram mais de 600 medicamentos em cobaias, incluindo recém-nascidos prematuros, pacientes depressivos e alcoólatras.

Como revela a publicação, muitos testes foram interrompidos devido aos graves efeitos colaterais, e outros  “resultaram em várias mortes que os responsáveis dos hospitais demoravam a investigar”. Entre as envolvidas, estão potências como a Pfizer, Bayer e Roche. Única empresa a se manifestar a respeito, a Pfizer garante que todos os estudos realizados na época da RDA (República Democrática da Alemanha) seguiram os padrões internacionais. No entanto, não tem conhecimento dos procedimentos feitos por companhias menores, que foram compradas posteriormente.

De acordo com a revista alemã, em torno de 50 hospitais de cidades como Berlim e Dresden, aceitavam realizar o estudo através de pagamentos que chegavam a 800 mil marcos. A repercussão negativa faz com que o parlamento alemão debata sobre a possibilidade de cancelar a aprovação de medicamentos que tenham um passado obscuro.

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