O Conselho Regional de Medicina do RS (Cremers) realizou na última sexta-feira, 8, o I Encontro dos Delegados Seccionais de 2013. O evento, que teve como base relatos de médicos de todo o Rio Grande do Sul, serviu para a elaboração um mapa da situação da saúde em todas as regiões.

Através de correspondência, médicos de todas as cidades gaúchas foram procurados e convidados a darem um parecer a respeito da saúde. Com as informações recolhidas, o próximo passo é debater e buscar soluções específicas para cada situação.

1. Os baixos valores da Tabela SUS, não atualizada adequadamente há mais de 10 anos

2. Os baixos valores pagos aos Hospitais, na contratualização de serviços, têm como conseqüências:

a) Desestímulo a abertura de novos Hospitais; de novos leitos e serviços médicos especializados.

– Leitos Hospitalares insuficientes para atender a população.

– Falta de UTi’s adulto, pediátrica e neonatal.

– Falta de Centros de Tratamentos à queimados.

b) Déficit Econômico tornando inviável o funcionamento e

expansão dos Hospitais.

c) Restrição ao número de empregos ofertados aos médicos;

– Baixos salários. Menos Médicos e mais pacientes; sobre carga de trabalho.

– Baixa na qualidade de atendimento.

– Desestímulo profissional e abandono do interior pelo Médico.

d) Conservação e manutenção de UBS, PA e Hospitais cada vez pior, área física deteriorada, falta de material, medicamentos e equipamentos.

e) Profissionais da área da saúde mal remunerados, grande rotatividade, dificuldade de treinar e aprimorar equipes.

f) Dificuldade de diagnóstico, equipamentos, falta de auxiliares e baixas remunerações, impedem a fixação de especialistas médicos.

3. Desorganização do Sistema Estadual e Municipal de Saúde, vivenciado por médicos e população e divulgados mídia diariamente.

Deve-se principalmente por falta de ações em:

a) Regulação inadequada de leitos.

b) Má regionalização de serviços de referência.

c) Não criação de Novos Serviços de referência.

d) Demora exagerada e transporte inadequado de pacientes, em desacordo com as normas legais que regulamentam o tipo de ambulâncias e aviões de transporte, equipamentos e equipes de saúde presenciais.

e) Credenciamento de serviços médicos especializados para atravessadores, sob forma de terceirizações, de forma política, tornando os médicos e equipe de saúde subempregados, com salários baixos, baixa qualidade de atendimento desestimulam os especialistas médicos e demais profissionais a trabalharem no interior.

f) Ausência de piso salarial mínimo, de concursos públicos Municipais e Estaduais, bem como de planos de carreira, desestimula e torna impossível a fixação de médicos no interior.

g) Contratação informal de médicos, sem qualquer vínculo empregatício por Municípios, para atender burocraticamente suas necessidades e receber verbas do Estado.

h) Contratação informal de médicos pelos Municípios que não cumprem o que foi tratado verbalmente e ilegalmente, pagando honorários menores e aumentando o número de atendimentos, resultam na perda

de credibilidade e

desistência do jovem médico de trabalhar e de fixar no interior.

i) Repasse de pagamentos a Hospitais, Médicos e Equipes de Saúde em constante atraso.

j) Falta de Resoluções nas UBS e Pa’s.

k) Consórcios Municipais de Saúde com atuação discreta

l) Não aplicação na saúde curativa de recursos suficientes, por parte do Ministério da Saúde, Estado e Municípios, conforme a

Legislação vigente no Brasil.

m) Desorganização e ausência de serviços de segurança nos locais de atendimento, conturbados, pelo excesso de procura pelos pacientes.

n) Déficit de especialistas de áreas básicas, pediatria, traumatologia/ortopedia, anestesia, intensivistas, medico de família.

o) Atraso na implantação de UPA’S.

p) Equipes em funcionamento já alteraram suas funções e algumas não respeitam a legislação específica, quanto ao número de profissionais e demanda de atendimento.