Estatísticas e Análises | 2 de novembro de 2017

Complemento nutricional mostrou resultados para a fase inicial do Alzheimer

Melhora do desempenho cognitivo e funcional e redução da atrofia de hipocampo, afirma estudo
Complemento nutricional mostrou resultados para a fase inicial do Alzheimer

Alzheimer é a principal causa de demência em pessoas a partir dos 60 anos, mas permanece como um dos principais desafios da medicina devido à dificuldade de diagnóstico e à ausência de tratamento. Felizmente, a cada dia, novos estudos trazem mais luz sobre esse assunto.

Um suplemento foi capaz de reduzir a progressão do Alzheimer em pacientes com estágio inicial da doença, conforme divulgou o periódico cientifico The Lancet Neurology. Vendida no Brasil, a bebida chamada Souvenaid, foi ingerida uma vez ao dia durante dois anos por pacientes que se encontram na fase de pré-demência.

É nesta etapa que aparecem sinais iniciais de declínio cognitivo. Com o tempo os sinais – como perda de memória e confusão mental – se acentuam. Na fase avançada, os casos mais graves envolvem qualquer contato com o mundo real, deixando de conseguir fazer tarefas básicas e a de se manter por contra própria ou capaz de responder por seus atos.

No estudo denominado LipiDiDiet, pacientes da Finlândia, Alemanha, Holanda e Suécia, foram selecionadas aleatoriamente para receber a intervenção nutricional com a bebida, durante o período de dois anos, uma vez ao dia. A amostragem foi de 311 pessoas que apresentavam comprometimento cognitivo leve (CCL).

O grupo apresentou melhora do desempenho cognitivo e funcional, com redução da atrofia do hipocampo, um importante sinal no prognóstico da doença.

“Essa foi a primeira vez que a redução na atrofia do cérebro veio acompanhada de melhora nas funções cognitivas dos pacientes e é isso o que importa. Ficamos positivamente surpresos com o impacto da intervenção no dia a dia dos pacientes. Certamente essa não é a cura para o Alzheimer, mas pela primeira vez temos uma terapia que pode modificar a doença.”, afirma Tobias Hartmann, pesquisador da Universidade de Saarland, na Alemanha e coordenador do projeto. Entretanto é necessário destacar: o impacto do produto na redução da perda de memória e a efetividade em frear o desenvolvimento da doença não foi verificado no resultado do estudo.

A melhora no desempenho cognitivo e funcional foi medida pela Avaliação Clínica de Demência (Clinical Dementia Rating-Sum of Box – CDR-SB). Esse índice avalia a progressão da doença por meio da capacidade de execução de atividades diárias, tarefas domésticas, lidar com transações financeiras ou o esquecimento de um evento importante. Os pacientes do grupo ativo apresentavam uma redução de 45% nessa avaliação após os 24 meses de intervenção.

Em relação à atrofia cerebral, ela foi 26% menor no hipocampo e 16% menor no volume ventricular do grupo ativo, em relação ao controle. Esse dado é importante porque o hipocampo é responsável pela memória, e a área é diretamente afetada pela degeneração progressiva causada pelo Alzheimer.

 

Com informações The Lancet Neurology e revista Veja. Edição Setor Saúde.

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