Tecnologia e Inovação | 22 de junho de 2017

Como os hospitais dos EUA estão trabalhando a inovação clínica

Experimentação, evidência, rigor, avaliação dos riscos e outros elementos para o avanço da medicina digital
Como os hospitais dos EUA estão trabalhando a inovação clínica

Mount Sinai Health System, um dos principais sistemas de saúde dos EUA, já organizou um “pequeno grupo de big data”. Outros como LifeBridge HealthJefferson Health também estão promovendo equipes de inovação clínica. A experimentação, a evidência, o rigor e o risco são elementos necessários para obter avanços na medicina digital, conforme indicam os envolvidos em matéria do portal HealthcareITNews. O futuro dos cuidados de saúde não é um dispositivo ou um medicamento ainda não descoberto. Ele é digital, mas não tão simples quanto à saúde digital que conhecemos atualmente.

O médico chefe de inovação no Mount Sinai, Ashish Atreja, defende que os hospitais devem aplicar os mesmos conceitos da saúde à medicina digital. “Isso significa ter certeza que não irá prejudicar, que vai oferecer cuidados efetivos e centrados no paciente, e fazê-lo de forma oportuna e eficiente. O que não acontece, por exemplo, da forma como os prontuários eletrônicos atualmente operam”, exemplifica.

Ashish Atreja acredita que a medicina digital será construída com muito mais elementos, além dos já trabalhados nos registros de saúde eletrônicos. Inteligência artificial, aprendizagem mecânica e realidade virtual aumentada são algumas das tecnologias emergentes que serão críticas em um futuro próximo.

O maior desafio, no entanto, está na mentalidade e não na tecnologia de informação (TI). “Temos que aplicar o rigor da medicina baseada em evidências para as tecnologias digitais”, disse Atreja.

De acordo com Neil Carpenter, vice-presidente de planejamento estratégico e pesquisa da LifeBridge Health, “significa aprofundar para quem você está projetando um aplicativo ou uma nova ferramenta, além de garantir que a funcionalidade atenda a um verdadeiro problema existente. Pense como um negócio“, sugeriu Carpenter, acrescentando que a inovação não é apenas permitir que os médicos desenvolvam coisas novas, mas, muitas vezes, também serve para reduzir os custos e os erros humanos.

Edward W. Marx, Chief Information Officer (CIO, ou diretor de TI) no Texas Health Resources, acrescentou que, para que as equipes de inovação clínica possam prosperar, elas também precisam enfrentar alguns riscos.

“Nós somos muito perigosos e nós precisamos afastar isso. Precisamos assumir muitos riscos e abraçar o fracasso”, disse Marx. “Precisamos mover toda essa mentalidade para que seja apenas uma parte natural do que fazemos e aproveitar as tecnologias disponíveis, desse modo veremos uma verdadeira transformação”, enfatiza.

Marx acrescentou que as tecnologias devem ser fáceis de usar. “Ninguém me ensinou a usar o Uber, ninguém me ensinou o iTunes”. Segundo ele, à medida que novas gerações utilizam cada vez mais os aplicativos, os mesmos devem primar por serem intuitivos e entregarem soluções com facilidade, não com dificuldades.

O consultor de TI da Mount Sinai, Shahid Shah, concordou que os hospitais não deveriam se limitar com pequenos programas que operam independentemente um do outro. “Inovar em escala. Somente quando inovarmos em escala você poderá encontrar problemas sérios que você precisa resolver serem abordados”, conclui.

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