Gestão e Qualidade | 16 de novembro de 2016

CNS participa de atividades na Argentina e na África do Sul

Vice-presidentes Cláudio Allgayer e Marcelo Britto marcaram presença em importantes eventos internacionais
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A Confederação Nacional de Saúde (CNS) esteve presente em dois importantes encontros internacionais ligados à saúde recentemente realizados. Os eventos serviram para analisar e discutir as principais novidades, inovações e visões do setor, visando qualificar e atualizar os serviços prestados.

A cidade de Durban, na África do Sul, sediou entre os dias 30 de outubro e 3 novembro, o 40º Congresso Mundial de Hospitais da Federação Internacional dos Hospitais (IHF). A CNS esteve representada por seu vice-presidente, médico Marcelo Moncôrvo Britto – que também é presidente da Federação Baiana de Saúde (Febase).

Já em Buenos Aires, o presidente da Federação dos Hospitais e Estabelecimentos de Saúde do Rio Grande do Sul (Fehosul) e também vice-presidente da CNS, médico Cláudio Allgayer, participou do XXII Congresso Internacional CAES – Saúde, Crise, Reforma – Aportes para Melhorar a Atenção, realizado dias 18 e 19 de outubro, promovido pela Federação Latino-Americana de Hospitais, pela Cámara Argentina de Empresas de Salud (CAES) e pela Fundación Docencia e Investigación para la Salud.

Congresso em Durban

“A CNS participou como membro pleno da IHF no congresso da entidade na África do Sul. Debatemos as formas de assistência à saúde no mundo com experiências de vários países, suas dificuldades e seus acertos. Um debate que provocou muita discussão foi sobre o risco para os hospitais que atuam em países em guerra, as salas de cirurgias serem invadidas por combatentes armados ameaçando a integridade física dos médicos e da equipe de saúde. Uma realidade que, felizmente, não vivemos de perto”, comentou Marcelo Britto, em entrevista para o portal Setor Saúde.

O Congresso é um fórum global que reúne principais motores da política internacional, tendências financeiras e soluções em gestão de saúde e prestação de serviços. O tema principal desse ano foi o enfrentamento dos desafios da prestação de serviços e da segurança focados no paciente (Addressing the Challege of Patient-centered Care and Safety). “O IHF, como braço da Organização Mundial de Saúde (OMS), procura formas para integrar e complementar os serviços públicos com os serviços privados buscando sinergias com foco na segurança do paciente e sua efetiva recuperação”, comentou o Dr. Marcelo (foto abaixo).

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Segurança do Paciente

O evento, como fórum internacional de representantes do setor, busca discutir soluções para a saúde e viabilizar troca de experiências de gerenciamento e oferta de serviços. Ao comparar o Brasil com outros países, algumas questões ainda precisam ser vistas de forma mais estratégica por gestores. Para o vice-presidente da CNS, “a segurança do paciente ainda é muito incipiente no Brasil. Nos países mais desenvolvidos esta já é uma realidade posta há muitos anos. Protocolos de segurança que evitam a troca de medicações, a troca de pacientes, e a prevenção do risco de quedas em ambiente hospitalar seriam os temas mais pertinentes. O Brasil já ensaia os primeiros passos nesta direção com algum atraso, devemos admitir, mas vamos recuperar o tempo e nos aproximar das melhores práticas assistenciais disponíveis no mundo” mencionou o Dr. Marcelo Britto.

Pautas inovadoras

Sobre a importância desse intercâmbio promovido por um importante evento como o congresso mundial, Dr. Marcelo Britto, ressalta que “a CNS tem a missão e a obrigação de trazer as novidades. O debate que ocorre nestes organismos mundiais seguramente dominará as pautas futuras. Nosso objetivo é antecipar e trazer para o Brasil a discussão e as conclusões destes fóruns internacionais e discutir internamente com federações, sindicatos e entidades irmãs como adaptar estas conclusões para o modelo brasileiro sem sacrificar o resultado para o paciente”.

O vice-presidente da CNS também destacou que é preciso acreditar “na nossa capacidade de inovação. O brasileiro está acostumado a ambientes de crise, e nestes mesmos ambientes nós crescemos. Na adversidade é que demonstraremos que a saúde brasileira exerce seu papel com ética e resultado”.

Representatividade

“Os hospitais, as clínicas, os laboratórios e os profissionais de saúde nos outros países são muito próximos de suas entidades de classe. Participam ativamente do debate e, uma vez chegado ao consenso, implantam a solução. No Brasil ainda existe um distanciamento muito grande entre estes mesmos players e suas entidades de representação. O empresário de saúde ainda está muito focado na gestão interna das instituições, esquecendo que existe um universo vivo e dinâmico fora do ambiente interno hospitalar. Talvez a crise force esta situação, mas precisamos trabalhar para aproximar as entidades da suas bases. O benefício é recíproco e vantajoso para todos da saúde”, encerrou Marcelo Britto. O próximo congresso mundial dos hospitais, será em Taipei, Taiwan, em 2017.

IHF e futuro presidente brasileiro

A IHF é uma organização não-governamental fundada em 1929 com sede localizada em Bernex – Cantão de Genebra -, na Suíça. Representa as entidades internacionais de saúde em particular as organizações que representam hospitais, clínicas, laboratórios e demais estabelecimentos do segmento, como a CNS. O médico carioca José Carlos Abrahão foi presidente da IHF no período de 2009 a 2011, quando era presidente da CNS. Atualmente, Abrahão preside a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). O próximo presidente da IHF também será brasileiro. Francisco Balestrin, atualmente presidente da Anahp, tomará posse no próximo ano, para o biênio 2017-2019.

Congresso Internacional em Buenos Aires

Mais de 600 pessoas, entre ministros e ex-ministros de Saúde, acadêmicos, sanitaristas, funcionários, legisladores, lideranças, representantes de instituições, médicos e especialistas de toda a América Latina, participaram da atividade. Segundo o Dr. Allgayer que representou o Brasil na atividade, “o evento foi importante para conhecermos o estágio atual dos sistemas de saúde da América Latina, seus avanços e retrocessos, assim como visualizar as principais pautas que impactam o trade saúde no hemisfério Sul”.

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O congresso teve como tema principal as contribuições para melhorar o atendimento. Como comentou Norberto Larroca, Presidente do Congresso e da Federação Latino-americana de Hospitais (FLAH), “vamos buscar saídas conjunturais com o tema proposto porque vivemos uma exacerbação da crise em nosso país, e de assistência das doenças. Quando você enfrenta uma emergência, tentamos resolver o problema rapidamente com o que se tem, sempre procurando fazer com que os sistemas de atendimento continuem operando”. Larroca afirmou, ainda, que “devemos estar verdadeiramente conscientes e construir a confiança que o país precisa para que, entre irmãos, possamos enfrentar as adversidades”.

Ele ainda ressaltou a importância de propor “uma mudança do sistema para que fundamentalmente tenha a sua filosofia sobre o homem/paciente como o eixo do sistema. As corporações não pode tomar o lugar do homem: nem a política, nem o empresário, nem a União, ou a economia”.

O evento contou com palestrantes renomados, como o ministro da saúde argentino, Dr. Jorge Lemus, Dr. Guillermo Chaim Etcheverry, médico e ex-reitor da Universidade de Buenos Aires, Dr. Luis Scervino, Superintendente de Serviços de Saúde da Argentina, Dr. José María Paganini, presidente do Centro Especializado para la Normalización y Acreditación en Salud (CENAS).

Dr. Paganini aproveitou a ocasião para anunciar publica e formalmente o lançamento do Programa Federal de Qualidade na Atenção à Saúde, uma iniciativa oriunda de um acordo feito entre o CENAS e a Confederación Argentina de Clínicas, Sanatórios e Hospitales (CONFECLISA), ambos membros da Argentina Salud Comunidad Economico Social, que promove a implementação de técnicas e ferramentas apropriadas que, aplicadas pelas instituições, levam a uma maior qualidade na gestão da saúde.

Na oportunidade ocorreu a eleição do novo presidente da FLAH, tendo sido eleito por unanimidade o argentino Dr. Juan Carlos Linares.

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