Gestão e Qualidade | 9 de agosto de 2018

Cirurgia segura: veja os cuidados necessários

Superintende da ONA aponta os erros mais cometidos e mostra práticas que aumentam a segurança do paciente
Cirurgia segura veja os cuidados necessários

Um ambiente domiciliar está longe de ser o mais adequado para uma cirurgia. É nos centros cirúrgicos que profissionais de saúde e pacientes podem ter acesso ao que é necessário para que o procedimento ocorra da melhor forma possível. Mas, mesmo em ambientes adequados, é preciso que os profissionais sigam diversos padrões e processos para que o procedimento ocorra com segurança.

O centro cirúrgico é uma das unidades de maior nível de complexidade de um hospital. Geralmente, esses espaços recebem variados procedimentos cirúrgicos. Além disso, contam com uma alta rotatividade tanto de profissionais quanto de pacientes. Tudo isso aumenta os riscos de eventos adversos – popularmente conhecidos como “erros médicos”, ainda que esse termo não seja correto.

De acordo com o Superintendente Técnico da Organização Nacional de Acreditação (ONA), Dr. Péricles Goes,  quando os profissionais de saúde se envolvem com os procedimentos e normas voltados para um cuidado seguro, observa-se uma redução no tempo de tratamento e da hospitalização do paciente.

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Dr. Péricles Goes, Superintendente Técnico da ONA

 

A ONA, que passou a fazer parte do Conselho da ISQua (International Society for Quality in Health Care), com sede na Irlanda, já certificou 700 instituições no Brasil, como hospitais, ambulatórios, laboratórios e pronto atendimentos, dentre outros. A organização é responsável por certificar a qualidade de serviços de saúde brasileiros, com foco na segurança do paciente.

Dr. Péricles alerta para atitudes e problemas que aumentam as chances de erros:

  • * Excesso de confiança dos profissionais de saúde, que acabam não seguindo todas as etapas necessárias para uma cirurgia segura;
  • * Falta de comunicação entre os integrantes da equipe;
  • * Erros de identificação de pacientes e do local que deve ser submetido à cirurgia (ex.: braço esquerdo ou direito);
  • * Falta de mão de obra qualificada, devidamente treinada para executar o procedimento;
  • * Estrutura física inadequada.

“Vale ressaltar que esta é uma situação que ocorre no mundo todo, não apenas no Brasil. Felizmente, temos observado nos últimos tempos uma considerável mudança de comportamento dos profissionais de saúde com um grande direcionamento para a segurança do paciente”, analisa.

A utilização de protocolos associada a modelos de gestão voltados para a garantia da segurança do paciente pode evitar eventos adversos. Dr. Péricles aponta informações que devem ser sempre conferidas pelos cirurgiões, auxiliares, anestesistas e demais profissionais envolvidos:

  • * Nome do paciente;
  • * Tipo de cirurgia;
  • * Exames pré-operatórios;
  • * Região do corpo a ser abordada;
  • * Intervenção correta para aquele paciente e para o órgão a ser operado;
  • * Instrumentos a serem empregados na cirurgia, todos devidamente identificados, verificados e contados no início e ao final da cirurgia.
  • * Além dos padrões e processos seguidos durante a cirurgia, é importante que as instituições de saúde:
  • * Façam a manutenção preventiva e corretiva das instalações e dos equipamentos;
  • * Adotem protocolos de cirurgia segura;
  • * Tenham critérios para identificar pacientes críticos;
  • * Determinem o fluxo de atendimento em urgências e emergências;
  • * Deixem claro para as equipes os critérios e procedimentos de segurança para a utilização de equipamentos, materiais médico-hospitalares e medicamentos.

Os pontos mencionados acima e muitos outros estão descritos no Manual Brasileiro de Acreditação da ONA, utilizado na avaliação de hospitais e demais organizações de saúde. “São requisitos válidos para qualquer tipo de procedimento cirúrgico. É importante ressaltar que o pós-operatório é também muito importante. Especialistas apontam para o fato de que o descuido pode ocasionar consequências prejudiciais não só para a obtenção do resultado pretendido, como também para a saúde do paciente”, explica.

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