Gestão e Qualidade | 4 de setembro de 2025

Câncer: Hospital Moinhos realiza procedimento de alta complexidade no RS

Técnica de radioembolização com microesferas de Ítrio-90 foi aplicada em paciente com adenocarcinoma pulmonar com metástase hepática; abordagem leva radiação diretamente ao tumor no fígado.
Hospital Moinhos de Vento realiza procedimento de alta complexidade no RS para tratamento de câncer

O Hospital Moinhos de Vento, de Porto Alegre (RS), realizou um procedimento de alta complexidade para o tratamento de metástases hepáticas decorrentes de câncer de pulmão. A técnica utilizada foi a radioembolização hepática com microesferas de Ítrio-90 — uma forma de radioterapia intra-arterial, altamente seletiva, indicada para casos em que a cirurgia não é viável.


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Esta foi a segunda vez que o hospital adotou o método; a primeira aplicação ocorreu em fevereiro deste ano, em um paciente com colangiocarcinoma – tipo agressivo de tumor que se desenvolve nas células dos ductos biliares.


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Segundo o chefe do Serviço de Medicina Nuclear da instituição, Gabriel Grossman, o procedimento oferece uma alternativa segura e eficaz para casos complexos. “Esta abordagem entrega a radiação diretamente nas células doentes, com maior precisão e menor impacto aos tecidos saudáveis. O objetivo é reduzir o volume tumoral, aliviar sintomas e melhorar a qualidade de vida, podendo inclusive aumentar a sobrevida do paciente”, destaca o especialista.


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Como funciona a radioembolização

O procedimento foi realizado no dia 3 de julho em uma paciente de 49 anos diagnosticada com adenocarcinoma pulmonar em 2023. Apesar das cirurgias e quimioterapias anteriores, o tumor não havia sido totalmente erradicado, e novas metástases no fígado foram identificadas. Por isso, foi indicada a radioembolização hepática com microesferas de Ítrio-90.

A técnica consiste na administração de microesferas radioativas diretamente na lesão tumoral por meio de uma ou mais injeções intra-arteriais. As microesferas, revestidas com Ítrio-90, liberam radiação localmente, destruindo as células cancerígenas e reduzindo o tamanho do tumor.

Antes da aplicação, o paciente passa por exames de imagem para avaliar a viabilidade do tratamento. Um radiofármaco — o macroagregado de albumina — é injetado para detectar possíveis “shunts”, ou desvios de substância no organismo. Se mais de 20% do material alcançar os pulmões, o procedimento é contraindicado.

Abordagem multidisciplinar

A realização do tratamento envolve uma equipe multidisciplinar, composta por físicos-médicos, radiologistas, radiologistas intervencionistas e médicos nucleares. Eles são responsáveis por calcular o volume do tumor, preparar e administrar as microesferas com Ítrio-90. A aplicação é feita na sala de Hemodinâmica, com o auxílio de imagens em tempo real para localizar as artérias hepáticas e liberar o material com precisão.

No dia seguinte, um exame PET-CT é realizado para verificar o local exato de depósito das microesferas. A paciente que recebeu o tratamento apresenta boa evolução, está assintomática e segue em acompanhamento clínico.

 

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