Tecnologia e Inovação | 24 de novembro de 2021

Câncer de próstata: cirurgia robótica para retirada do tumor traz benefícios ao paciente

Minimamente invasiva, a tecnologia oferece menos chances de sequelas e efeitos colaterais após a cirurgia e uma recuperação mais rápida no pós-operatório
Câncer de próstata cirurgia robótica para retirada do tumor traz benefícios ao paciente

Menos invasiva e mais segura que os métodos tradicionais, a cirurgia robótica vem auxiliando os médicos no tratamento oncológico, sobretudo do câncer de próstata, com benefícios diretos para o paciente, sendo considerada a mais indicada para esse caso, como explica o dr. Felipe Lott, cirurgião urológico e coordenador do Serviço de Cirurgia Robótica do Complexo Hospitalar de Niterói (CHN), hospital integrante da Dasa.

“A tecnologia robótica oferece resultados ainda melhores no tratamento do tumor de próstata. Com ela, conseguimos retirar com mais precisão o tumor, com menos lesão nos tecidos ao redor da próstata e maior preservação das estruturas que envolvem essa glândula e que são responsáveis pelo controle urinário e pela capacidade de ereção, proporcionando, assim, mais qualidade de vida para o paciente”, afirma.

A urologia é uma das especialidades que mais ganharam com a técnica robótica, pois, além da diminuição das chances de sequelas e efeitos colaterais por ser menos invasiva, ela causa menos traumas no paciente oncológico, menos dor pós-operatória e, consequentemente, menor tempo de recuperação e internação.

Como foi com o sr. JRPM, de 69 anos, primeiro paciente a ser operado pelo dr. Felipe Lott para a retirada do câncer de próstata por meio da tecnologia robótica na região Norte-Leste Fluminense. A cirurgia, realizada no CHN no dia 21 de outubro, foi considerada um sucesso e o paciente recebeu alta hospitalar no dia seguinte à operação. Ele segue agora em acompanhamento ambulatorial.

De acordo com Felipe Lott, que operou o paciente, ele apresentava todas as indicações para a cirurgia robótica, pois era portador de problemas coronarianos, hipertensão e diabetes, além do tumor de próstata, com alto risco de recidiva e chances de evoluir negativamente, o que poderia minimizar as opções de sucesso caso fosse submetido à cirurgia tradicional.

Robô oferece mais precisão nas cirurgias

Segundo Lott, o robô reproduz fielmente os movimentos comandados pelo cirurgião, que fica posicionado em um console. O equipamento possui quatro braços metálicos com instrumentos cirúrgicos acoplados e uma câmera de alta resolução que proporciona uma visão tridimensional dos órgãos e amplia em até 15 vezes a imagem com nitidez.

“A tecnologia oferece graus de precisão e liberdade de movimento muito maiores se comparados com as pinças da técnica tradicional de laparoscopia. O robô não substitui as mãos habilidosas dos cirurgiões, pelo contrário, agrega e potencializa o conhecimento que eles já têm”, afirma o médico.

Felipe Lott cirurgião urológico

O câncer de próstata no Brasil

O câncer de próstata é considerado o tipo de neoplasia que tem maior incidência entre os homens brasileiros, excluindo-se o câncer de pele não melanoma, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca). A campanha Novembro Azul, implementada este mês, reforça que o rastreio desta doença, aliado a seu tratamento adequado, aumenta as chances de sucesso na recuperação do paciente e em sua qualidade de vida ao longo do processo.

É possível detectar o câncer de próstata em sua fase inicial, por meio da realização dos exames de toque retal, da dosagem do PSA total no sangue e de exames de imagem. Esse diagnóstico precoce pode ajudar na chance de cura. O rastreio, desde que bem-feito e individualizado, é indicado para homens com mais de 50 anos e para aqueles com história de câncer de próstata em familiares próximos.

 



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