Um estudo em conjunto entre as universidades de Bonn (Alemanha) e Lille (França), publicado na revista Neurobiology of Aging, afirma que o consumo de café ajuda no tratamento preventivo contra o Alzheimer. O trabalho, feito com ratos, mostrou que o consumo regular de cafeína previne contra déficits de memória e algumas modificações da proteína Tau, essencial para a estabilização de células, incluindo neurônios no cérebro.

No caso de muitas doenças do sistema nervoso central, em particular o Alzheimer, a quantidade anormal de tau causa degeneração neuronal. Os pesquisadores querem, agora, entender como a cafeína atua nessas proteínas.

Embora os resultados sejam animadores, os pesquisadores salientam que ainda há muito a ser feito antes dos testes serem realizados em seres humanos. O maior interesse, agora, é entender a capacidade de bloquear receptores de adenosina, especificamente subtipo A2A.

Os pesquisadores usaram camundongos transgênicos que se desenvolvem com a neurodegeneração relacionada à idade. Entre os dois e dez meses de vida, doses de cafeína foram administradas na água dos roedores, o equivalente a duas xícaras de café por dia. “Ratos tratados com cafeína tinham menor perda de memória e também menor mudança na proteína Tau “, explicou um dos autores, o neurobiólogo David Blum, ao jornal Le Figaro.

Na próxima etapa das pesquisas, com humanos, o objetivo é analisar uma ingestão diária de 400mg de cafeína por dia, o equivalente a quatro xícaras de café, em pacientes que consomem uma média de 150mg a 200mg diários, a fim de observar a ação das moléculas através da combinação de marcadores biológicos do Alzheimer e de imagem.