Mundo | 17 de março de 2015

Altos níveis de vitamina D no sangue podem levar a infarto e AVC

Estudo dinamarquês mostra, pela primeira vez, os perigos das doses elevadas da vitamina
Altos níveis de vitamina D no sangue podem levar a infarto e AVC

A quantidade de vitamina D no sangue não deve ser nem muito alta, nem muito baixa. Cientistas da Universidade de Copenhague demonstraram que existe uma ligação entre níveis elevados de vitamina D e mortes cardiovasculares. Os resultados foram publicados no Journal of Endocrinology and Metabolism.

A falta de vitamina D é um problema para a saúde pública. Estudos realizados em diferentes partes do mundo já haviam demonstrado que os níveis muito baixos podem ser prejudiciais, como o desenvolvimento de diabetes. A novidade do trabalho dinamarquês é mostrar que altos níveis da vitamina D no sangue estão ligados a um aumento do risco de morte cardíaca ou acidente vascular cerebral.

Peter Schwarz, professor do Departamento de Clínica Médica da Universidade e um dos coordenadores da pesquisa, diz que foram analisados os níveis de vitamina D de 247.574 pessoas. “Até agora, constitui a maior base do mundo para este tipo de estudo. Estudamos também a taxa de mortalidade ao longo de um período de sete anos depois de recolhermos a amostra de sangue inicial, momento em que 16.645 dos pacientes já tinham morrido. Além disso, olhamos a ligação entre as mortes e os níveis de vitamina D”.

O estudo confirma que há, de fato, uma correlação entre as taxas de mortalidade e os baixos níveis de vitamina D, assim como o nível de vitamina D muito alto é igualmente danoso. “Se o seu nível está abaixo de 50 ou acima de 100 nanomol por litro, existe uma conexão maior com mortes. Quando os índices estão acima de 100, parece que há um risco aumentado de morrer por AVC ou infarto”, alertou o Dr. Schwarz. “Nosso estudo indica que 70 nanomol por litro é o nível mais indicado”, acrescentou.

A conclusão do risco de altos níveis de vitamina pode ter grande influência sobre o futuro em relação à ingestão de suplementos nutricionais. “Estes resultados são muito importantes, porque há um grande foco em ingerir vitamina D. Devemos usar esta informação para nos perguntar se devemos ou não continuar a ingerir vitaminas e suplementos, como se fossem parte da alimentação normal”, conclui Peter Schwarz.

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