Estatísticas e Análises | 3 de dezembro de 2020

Sono adequado representa redução de 42% de risco de insuficiência cardíaca, diz pesquisa

Estudo observou mais de 408 mil participantes em 10 anos
Sono adequado representa redução de 42% de risco de insuficiência cardíaca, diz pesquisa

Adultos com padrões de sono mais saudáveis tiveram um risco 42% menor de insuficiência cardíaca, independentemente de outros fatores de risco, em comparação com adultos com padrões de sono prejudiciais à saúde, de acordo com uma nova pesquisa publicada na revista Circulation, da American Heart Association. Os padrões de sono saudáveis levam em conta horário do sono, duração de 7 a 8 horas por dia e ausência de insônia frequente, ronco ou sonolência diurna excessiva.

A insuficiência cardíaca afeta mais de 26 milhões de pessoas no mundo, e as evidências indicam que problemas de sono podem desempenhar um papel importante no desenvolvimento desta condição. Os principais sintomas da insuficiência cardíaca são falta de ar, cansaço e inchaço nas pernas.

O estudo observacional examinou a relação entre padrões de sono saudáveis e insuficiência cardíaca e incluiu dados de 408.802 participantes do UK Biobank, com idades entre 37 e 73 anos no momento do recrutamento (2006 a 2010). O UK Biobank é um grande projeto de longo prazo do Reino Unido que investiga as contribuições da predisposição genética e da exposição ambiental (incluindo nutrição, estilo de vida, medicamentos, etc.) para o desenvolvimento de doenças. A incidência de insuficiência cardíaca foi coletada até 1º de abril de 2019. Os pesquisadores registraram 5.221 casos de insuficiência cardíaca durante um acompanhamento médio de 10 anos.

Os pesquisadores analisaram a qualidade do sono, assim como os padrões gerais do sono. As medidas de qualidade do sono incluíram a duração do sono, insônia e ronco e outras características relacionadas ao sono, como o horário do sono do participante e se tinha alguma sonolência diurna (probabilidade de cochilar involuntariamente ou adormecer durante o dia).


“Nossas descobertas destacam a importância de melhorar os padrões gerais de sono para ajudar a prevenir a insuficiência cardíaca”, destacou o médico Lu Qi, professor de epidemiologia e diretor do Centro de Pesquisa de Obesidade da Tulane University, em Nova Orleans (EUA).


Os comportamentos de sono foram coletados por meio de questionários. A duração do sono foi definida em três grupos:

Curto ou menos de 7 horas por dia;

Recomendado, ou 7 a 8 horas por dia; e

Prolongado, ou 9 horas ou mais por dia.

Redução de 42% de risco de insuficiência cardíaca com bom sono

Depois de ajustar a análise para diabetes, hipertensão, uso de medicamentos, variações genéticas e outras covariáveis, os participantes com o padrão de sono mais saudável tiveram uma redução de 42% no risco de insuficiência cardíaca em comparação com pessoas com um padrão de sono não saudável.

Eles também descobriram que o risco de insuficiência cardíaca estava independentemente associado e:

8% mais baixo em madrugadores;

12% menor naqueles que dormiam 7 a 8 horas diárias;

17% menor naqueles que não tinham insônia frequente; e

34% menor naqueles que não relataram sonolência diurna.

Os comportamentos de sono dos participantes foram autorrelatados, e as informações sobre mudanças nos comportamentos de sono durante o acompanhamento não estavam disponíveis. Os pesquisadores ressaltam, por outro lado, que outros ajustes não medidos ou desconhecidos também podem ter influenciado os resultados.

Com informações do Science Daily. Edição do Setor Saúde.

 



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