Mundo, Tecnologia e Inovação | 13 de janeiro de 2016

Células pancreáticas produtoras de insulina criadas a partir de células epiteliais humanas

Pesquisa mostra que tratamento tem capacidade de proteger contra o desenvolvimento de diabetes
Células pancreáticas produtoras de insulina criadas a partir de células epiteliais humanas

Cientistas do Instituto Gladstone e da Universidade da Califórnia (EUA), afirmam ter convertido com êxito células da pele humana em células pancreáticas totalmente funcionais. As novas células produzem insulina em resposta a alterações nos níveis de glicose e, quando transplantadas – em animais de laboratório -, protegeram os animais de desenvolverem diabetes.

O estudo foi publicado na revista Nature Communications e também apresenta avanços significativos ao nível da tecnologia de reprogramação celular, o que permitirá aos cientistas desenvolver, de forma eficiente, a produção de células do pâncreas e fabricar milhões de células alvo de forma controlada, ajudando a tratar aqueles que sofrem de diabetes.

Mesmo que seja cedo para que a técnica seja testada em seres humanos, a descoberta abre caminho para o desenvolvimento de fármacos e terapias celulares personalizadas. “Nossos resultados demonstram, pela primeira vez, que as células adultas da pele humana podem ser usadas de forma eficiente e rápida para gerar células pancreáticas funcionais que se comportam de forma semelhante às células beta humanas”, destaca Matthias Hebrok (foto), um dos autores do estudo.

Os investigadores usaram células estaminais, células diferenciadas que podem ser potencialmente forçadas para se tornarem células mais complexas. Anteriormente, já haviam criado coração, cérebro e fígado desta forma. Os cientistas buscam uma nova técnica para tornar o processo de conversão mais eficiente. Primeiro, as células da pele foram escolhidas. Ao usar produtos químicos farmacêuticos cuidadosamente escolhidos, as células da pele foram selecionadas, no qual são conhecidas como células da endoderme. Depois, os cientistas poderão fazer com que elas se tornem células pancreáticas de forma rápida. Utilizar produtos químicos que iniciam adicionais as células progenitoras endodérmicas, fariam as células se dividirem de maneira muito rápida, alcançando uma taxa de replicação.

No início dos experimentos, houve uma divisão incontrolável de células, mas não exibiram qualquer evidência de formação de tumores malignos, mantendo a sua identidade como células progenitoras específicas de órgãos. Após novas tentativas com químicos, essas células foram dirigidas para se tornarem células precursoras pancreáticas e, em seguida, células beta pancreáticas – aquelas que armazenam e liberam insulina.

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