Estudo mostra eficácia de Enzalutamida no tratamento de câncer de próstata
Inibidor hormonal de uso oral tem sido estudado em pacientes que não tiveram melhora após tratamento com quimioterapia.A última edição da revista New England Journal of Medicine informa que o Enzalutamida, um inibidor hormonal de uso oral que tem sido estudado em pacientes com câncer de próstata em cuja quimioterapia não surtiu efeitos, é uma alternativa promissora. A publicação revela que o medicamento mostrou efeito inclusive em pacientes com casos menos avançados, antes da necessidade de quimioterapia. O medicamento ainda está em análise na Anvisa, sem previsão de aprovação no Brasil.
O estudo avaliou 1.717 pacientes com câncer em estágio avançado (com metástases), que receberam a enzalutamida por via oral uma vez por dia ou placebo. Foram avaliados vários desfechos, incluindo tempo para progressão do câncer de próstata nos ossos e sobrevida global dos pacientes. Após 12 meses, 65% dos pacientes que tinham usado o medicamento não tiveram piora nos exames radiológicos dos ossos, enquanto 14% dos que usaram placebo tiveram mesma evolução.
Ao final do estudo, 626 pacientes que usaram enzalutamida estavam vivos, um número superior aos 532 do grupo que usou placebo, o que equivale a quase 30% na redução na mortalidade. Outros resultados que favoreceram os pacientes que utilizaram o remédio foram registrados, como a redução no tempo para ocorrência de problemas ósseos como fratura e dor, assim como para a necessidade de iniciar quimioterapia.
Conforme informações do Instituto Nacional do Câncer (Inca), 68.800 novos casos de câncer de próstata serão diagnosticados em 2014 no Brasil. A região sul tem a piora estatística, com cerca de 90 casos novos para cada 100 mil homens. No entanto, é importante ressaltar que o aumento na expectativa de vida, assim como a maior qualidade dos exames de diagnóstico são fatores que explicam o crescimento da doença. O câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens, atrás apenas do câncer de pulmão.
Segundo Stephen Stefani, oncologista do Instituto do Câncer Mãe de Deus, os novos medicamentos podem adiar complicações que comprometem a qualidade de vida dos pacientes, assim como a necessidade de realização de tratamentos mais tóxicos, como a quimioterapia convencional.