Mundo | 9 de janeiro de 2014

Forma de preparar os alimentos ajuda na prevenção ao câncer

Assunto foi tratado em recente congresso internacional nos Estados Unidos
Forma de preparar os alimentos ajuda na prevenção ao câncer

O Congresso de Alimentação e Câncer, promovido pelo American Institute of Cancer Research e realizado em Washington (EUA), teve como destaque o processamento e preparo dos alimentos e sua influência no risco de câncer.

As discussões estiveram orientadas ao melhor aproveitamento das substâncias benéficas de alguns alimentos, especialmente brócolis, tomate, alimentos com B-caroteno (como cenoura e iogurtes), além da relação do câncer de intestino com as carnes vermelhas.

Segundo a Dra. Amanda Cross, do Departamento de Epidemiologia do Imperial College London (Inglaterra) é o método de preparo do alimento que traz mais evidências de liberar substâncias nocivas. A carne, por exemplo, quando preparada a altas temperaturas, principalmente quando grelhadas ou na forma de churrasco, libera substâncias cancerígenas, como as aminas heterocíclicas e os hidrocarbonos policíclicos aromáticos. Uma alternativa é marinar a carne e cozinhar lentamente a baixas temperaturas.

“A recomendação atual é consumir a carne mal passada e variar o tipo de carne intercalando com peixe e frango, mas sem alarme ou proibição para o churrasco do fim de semana”, afirma o proctologista Dr. Rafael Castilho Pinto, coordenador da Clínica de Proctologia do Mãe de Deus Center. “Este é um assunto muito controverso, principalmente em se tratando de Rio Grande do Sul, onde temos na capital a maior incidência de câncer de intestino entre todas as capitais brasileiras e um alto consumo de carne vermelha e o churrasco”, afirma o médico gaúcho.

Algumas recomendações efetuadas durante o congresso internacional:

Brócolis: (cozimento rápido e baixas temperaturas e comer associado com outros vegetais como rúcula, radite, mostarda). Uma das principais substâncias para a proteção de câncer encontradas em estudos em laboratório é o Sulforafano, abundante nos vegetais da família das Crucíferas  (brócolis, couve, repolho, couve-flor). Para melhor ser absorvido na digestão, o Sulforafano necessita de uma enzima que também está presente no Brócolis, a Mirosinase, porém ela é facilmente destruída a altas temperaturas ou pelo cozimento prolongado. A Mirosinase também é encontrada em altas concentrações em outros vegetais como na rúcula, radite, e mostarda, potencializando a absorção do Sulforafano.

Tomate: melhor cozido em forma de molhos ou secos, principalmente quando associado a azeite de oliva para que aumente a absorção de substâncias como o Licopeno. O licopeno tem sido associado à prevenção de câncer em estudos experimentais e sua liberação para absorção é potencializada pelo cozimento lento e prolongado como nos molhos de tomate. Sua absorção também é potencializada na presença de azeite de oliva.

Carnes: Uma das sugestões apresentadas seria marinar a carne e cozinhar lentamente a baixas temperaturas o que diminuiria a liberação de substâncias como as aminas heterocíclicas e os hidrocarbonos policíclicos aromáticos, substâncias potencialmente cancerígenas.

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