Hospitais e sistemas de saúde que tiveram sucesso em redesenhar os seus serviços têm empregado equipes multidisciplinares que incluem todas as especialidades e áreas. A afirmação é do médico Richard Bohmer (foto), professor da Harvard Business School, em artigo chamada The Hard Work of Health Care Transformation publicado em agosto no New England Journal of Medicine.

“Hospitais como o Virginia Mason Medical Center, em Seattle, por exemplo, fizeram pequenas, mas consistentes mudanças durante longos períodos, o que levou a melhores resultados nos setores de enfermagem”, de acordo com Bohmer.

As experiências dessas organizações esclarecem que equipes multidisciplinares devem participar deste trabalho de “redesenho”, diz o autor. “A moderna prestação de cuidados de saúde integra tanto os conhecimentos especializados – clínicos e não clínicos – quanto pacientes que rotineiramente passam pela instituição, e nenhum “designer” pode criar, sozinho, um microssistema altamente eficiente”.

Em sua pesquisa sobre estas estratégias bem sucedidas, Bohmer identificou sete elementos fundamentais que sustentam o redesign na saúde:

1 Muitas equipes de redesign (renovação) trabalham simultaneamente, e algumas podem ser fixadas de modo permanente.

2 Organizações eficazes recrutam médicos para liderar programas de redesign e investem na promoção da liderança na equipe.

3 É preciso haver uma padronização no processo para a mudança.

4 Os hospitais e sistemas de saúde têm recursos de suporte interno que vai além de consultores esporádicos.

5 Os dados são recolhidos com frequência e os sistemas de medição consistentes são usados para examinar a eficácia das novas iniciativas.

6 Um grupo de líderes experientes supervisiona a seleção de equipes, a definição de prioridades e monitora o progresso de reformulação.

7 As equipes trabalham sob um conjunto universal de valores e normas bem definidas.

Bohmer afirma que o grande obstáculo para muitas instituições é a “mudança de mentalidade”. Incrementar um trabalho pesado nesse sentido pode ser uma tarefa difícil para alguns membros da equipe. “Um abordagem em pequena escala não vai ajudar aqueles hospitais que necessitam o alcance de um retorno imediato”, pondera.