Empregabilidade e Aperfeiçoamento, Gestão e Qualidade | 19 de fevereiro de 2015

5 práticas hospitalares e sua real eficácia 

Desinfetantes, Escala Móvel de Insulina, testes repetitivos, manejo de pacientes e o não uso das informações coletadas são abordadas
5 práticas hospitalares e sua real eficácia

Um profissional do setor saúde é formado e treinado para distinguir aquilo que funciona daquilo que não traz os melhores resultados na rotina de uma instituição hospitalar, sendo recomendável o contínuo aperfeiçoamento através da busca por um conhecimento sempre atualizado.

O site norte-americano Healthcare Dive elaborou uma lista com cinco práticas hospitalares comuns que podem não ser tão úteis como os profissionais da saúde acreditavam – em função da forma como estão sendo executadas e/ou por já estarem em desuso, além de outros motivos. Veja a lista com alguns exemplos:

1. Desinfetantes para as mãos não impede todos os tipos de germes

Muitos hospitais têm instalado dispensadores de desinfetantes e de álcool gel para as mãos nos quartos dos pacientes e em determinadas áreas da instituição em uma tentativa de melhorar a higiene das mãos. Mas esses desinfetantes podem não ser tão eficazes quanto se pensa. Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA afirmam que os produtos à base de álcool podem reduzir rapidamente o número de micróbios nas mãos em algumas situações, mas não eliminam todos os tipos de germes (por exemplo, o Cryptosporidium, o norovírus, ou o Clostridium difficile). Outra preocupação levantada pelos CDC neste sentido, é que apesar de desinfetantes para as mãos à base de álcool serem efetivamente bons contra alguns tipos de micróbios, as pessoas podem não usar a quantidade suficiente, ou da forma correta. Na maioria das situações, a tradicional lavagem das mãos com água e sabão é um método superior de remoção de micróbios.

2. Escala Móvel de Insulina

De acordo com um artigo publicado no American Family Physician, ainda é comum em hospitais norte-americanos, apesar de recomendações de especialistas o uso da Escala Móvel de Insulina. Vários estudos têm sido realizados para testar a eficácia da prática. Os resultados de um amplo estudo mostrou que a escala não conseguiu controlar a hiperglicemia (resultou em maiores taxas de hipoglicemia) e foi associado com maior tempo de internação dos pacientes.

3. Testes de laboratório repetitivos

Os pacientes que estão internados geralmente têm sangue retirado várias vezes ao longo de um breve período de internação. De acordo com a Society of Hospital Medicine, esta prática deve ser eliminada em pacientes com condições clínicas estáveis. O raciocínio por trás dessa postura é de que flebotomia (incisão realizada na veia) pode contribuir para a anemia, o que pode levar a consequências significativas, especialmente para pacientes com doenças cardiorrespiratórias. A redução da frequência de retirada de sangue – diminuição de ações invasivas – pode gerar economias significativas para o hospital.

4. As práticas de manejo de pacientes

Um artigo no portal Journal of Issues in Nursing relata que as abordagens de tratamento de pacientes mais comuns em hospitais norte-americanos incluem o manuseio manual dos pacientes (como retirar da cadeira de rodas e colocar na cama), aulas de mecânica corporal e formação em técnicas de manejo seguras. No entanto, há fortes indícios de que nenhuma dessas abordagens é eficaz na redução de lesões. Evidências recentes sugerem que equipamentos/dispositivos de manuseio de paciente, protocolos ergonômicos de avaliação de atendimento ao paciente, formação sobre o uso adequado de equipamentos de manuseio do paciente e equipes especializadas no manuseio são práticas mais eficazes.

5 – O não uso das informações coletadas em programas de melhoria e segurança do paciente

Segundo o site do setor de Administração de Recursos e Serviços de Saúde dos EUA (US Health Resources and Services Administration), uma vez que uma iniciativa de melhoria de qualidade é lançada, é importante comunicar regularmente o progresso para todos os funcionários. Isso inclui atualizações periódicas sobre a forma como o plano está sendo implementado, as atividades ministradas, e a explanação da melhoria através de gráficos. Em uma pesquisa mundial, realizada pela Associação Americana de Enfermeiros (American Nurses Association) e pela GE Healthcare, apenas 57% dos entrevistados disseram acreditar que programas de segurança do paciente em suas instituições foram eficazes. Dos entrevistados, 59% dos enfermeiros concordaram que embora os dados da segurança do paciente sejam coletados, os estabelecimentos não usam as informações para fornecer algum acompanhamento ou feedback.

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