Gestão e Qualidade | 4 de setembro de 2015

5 formas de qualificar a segurança do paciente em instituições de saúde

Gestores devem acompanhar as taxas de danos ao paciente e discutir estratégias de melhoria
5 formas de qualificar a segurança do paciente em instituições de saúde

Melhorar a segurança do paciente é um objetivo de qualquer sistema hospitalar e de saúde. Dirigentes e lideranças têm uma responsabilidade prioritária de garantir alta qualidade e assistência segura ao paciente. A American Hospital Association, divulgou um artigo que aborda como os gestores podem acompanhar da melhor forma os avanços do setor e, assim, manter suas organizações na vanguarda.

O texto é assinado por Maulik S. Joshi (vice-presidente executivo da American Hospital Association e presidente da organização sem fins lucrativos, Health Research & Educational Trust) e Todd C. Linden presidente e CEO da Grinnell Regional Medical Center, em Iowa.

“Em primeiro lugar, as metas de melhoria da qualidade e redução de danos ao paciente, devem ser incorporadas ao processo de planejamento estratégico. Em segundo lugar, as equipe de avaliação das instituições devem participar desse processo. A maioria das metas eficazes requerem uma quantidade significativa de reuniões e de discussões sobre qualidade e segurança”, aponta o texto.

Embora não exista uma forma única de segurança e qualidade do paciente, uma taxa de dano total dos pacientes agrega resultados em toda a organização, o que ajuda a enxergar uma linha de segurança. As instituições devem rastrear casos individuais e combinar essas informações com uma análise global de danos ao paciente,  fornecendo uma maior oportunidade para a discussão crítica de estratégias organizacionais. As principais estratégias para eliminar danos e melhorar a qualidade focam em transparência; engajamento entre médicos, pacientes e familiares; alinhamento de metas em toda a organização; e redução das disparidades.

Taxa total de danos ao Paciente

O que é medido é feito. Hospitais e sistemas de saúde devem ter metas específicas e mensuráveis ​​para melhorar a qualidade e reduzir danos ao paciente. Idealmente, o desempenho da instituição deve ser monitorado mensalmente. Áreas de dano ao paciente incluem: eventos colaterais a medicamentos, infecções do trato urinário associada a cateter, infecções associadas na corrente sanguínea, lesões causadas por quedas, úlceras, infecções cirúrgicas, tromboembolismo venoso, entre outros. Esta taxa permite que o hospital elabore e implante estratégias para melhorar o atendimento ao paciente em todos os setores, todo o tempo e para cada paciente.

Hospitais e sistemas de saúde integrantes da American Hospital Association and Health Research & Educational Trust Hospital Engagement Network usam o modelo de eliminação de danos, que ilustra de forma sucinta o progresso no sentido de reduzir falhas ao rastrear o número real de ocorrências, destacando medidas específicas de redução de danos e estratégias de compartilhamento para o sucesso. A taxa oferece outras vantagens, pois gera uma imagem clara que pode ser usada para envolver gestores, líderes e funcionários. “Concentrar-se em diferentes prioridades ajuda a ligar os pontos para que os membros da equipe não vejam o trabalho como mais um projeto”, destacam os especialistas.

1 Estratégias para a Eliminação de Falhas – Analisar onde ocorrem os danos e identificar áreas onde a melhoria é mais urgente elevam o debate sobre a qualidade e a segurança do paciente. Ao invés de analisar um indicador e identificar tendências, esse acompanhamento global dos danos ao paciente incentiva a discussão sobre as estratégias de toda a organização.

2 Transparência – Acompanhar os danos totais fornece dados convincentes com um impacto emocional. Quando os eventos adversos ocorrem em um hospital ou sistema de saúde, é preciso responder ao paciente e sua família e usar o evento como uma oportunidade para aprender e melhorar. Os administradores da unidade podem enviar dados de qualidade de suas respectivas áreas e do hospital em geral, e os membros do conselho de gestão devem pedir à equipe esses dados. Quando isso é relatado, deve-se usar os nomes dos pacientes, concentrando a atenção sobre o fato ocorrido com uma pessoa, e não apenas evento relacionado a um número ou a uma estatística.

3 Engajamento e trabalho em equipe – Fortalece enormemente os esforços de melhoria da qualidade. Os gestores devem conversar e trabalhar em estreita colaboração com os profissionais clínicos, para consolidar metas e prioridades que visem a qualidade e a segurança do paciente. Médicos e enfermeiros vão se adestrar em competências clínicas para entender e acompanhar essa melhoria. Além disso, trabalhar em colaboração entre pacientes e familiares pode ajudar a construir um hospital centrado no cliente/paciente. Em um sistema com tais características, os doentes e suas famílias são incentivados e darem apoio como membros essenciais da equipe de saúde, tendo uma oportunidade significativa para servirem como consultores e parceiros nos esforços de melhoria da qualidade. Muitas instituições com alto desempenho usam pacientes e familiares como conselheiros assistentes. Estes grupos reúnem-se mensalmente ou bimestralmente e se concentram em compartilhar a perspectiva do paciente sobre novas políticas, projetos de instalações, qualidade e medidas de segurança. Estes conselhos também podem servir como uma voz poderosa na revisão de estratégias de qualificação.

4 Alinhamento – Os recursos da instituição devem ser destinados à coleta de dados sobre os danos ao paciente e à implementação de iniciativas de qualificação. Gestores também precisam ter em mente o desempenho global e medidas específicas para impactar o desempenho financeiro da organização.

5 Equidade do atendimento – Avaliar e abordar disparidades no atendimento é, também, uma estratégia para reduzir problemas. A particularidade do paciente e as disparidades nos cuidados com o mesmo, são fatores-chave a serem registrados.

O que os administradores devem checar sempre, para melhorar a qualidade da assistência e eliminar danos ao paciente:

1. Considere todo o dano ao paciente como um limite na medição da segurança do paciente;

2. Medir e monitorar a taxa total de dano ao paciente mensalmente;

3. Discutir estratégias organizacionais para a qualificação;

4. Seja transparente sobre a taxa de danos e as estratégias de melhoria;

5. Alinhar os incentivos à liderança para eliminar falhas.

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