Gestão e Qualidade | 20 de abril de 2016

4 perguntas essenciais ao avaliar a criação de um plano de saúde do próprio hospital

Artigo aborda o cenário ideal para instituições apostarem em novos mercados
4 perguntas ao avaliar a criação de um plano de saúde do próprio hospital

Ainda não muito comum no Brasil, nos EUA, cada vez mais, sistemas de saúde estão oferecendo seus próprios planos de saúde como uma maneira de qualificar seu negócio em uma nova era de prestação de serviços baseados em valor. A tendência, no entanto, não está livre de riscos financeiros, como demonstra uma análise feita pela empresa de consultoria McKinsey & Company.

Ao oferecer o seu plano de saúde, um sistema hospitalar pode ser capaz de ganhar vantagens estratégicas e econômicas, mas muitas vezes o risco é maior do que os potenciais benefícios. Em uma revisão de 89 Planos de Saúde Administrados pelo Próprio Provedor (PLHP, na sigla em inglês), 40 tinham margens negativas em alguns ou em todos os últimos três anos.

Dentre as vantagens, eliminar um intermediário (operadoras de planos de saúde) e todo o desgaste que pode surgir a partir desta relação (negociações, glosas, remuneração, etc), é um dos motivos que motivam muitos hospitais ou redes de saúde a se lançarem no mercado. Os ganhos, aparentemente, podem ser maiores, mas a verdade é que os custos também.

Cada comunidade em que está inserido o provedor, deve ser estudada de forma analítica para que se conquiste segurança na decisão. Múltiplos dados do macroambiente, incluindo dos pacientes e do mercado,  devem ser utilizados para criar os possíveis cenários. Antes de lançar um PLHP, os sistemas de saúde precisam igualmente estudar o seu próprio modelo básico de negócios e avaliar o perfil dos pacientes para determinar a melhor forma de se diferenciar no mercado.

De acordo com a McKinsey, as instituições devem fazer quatro perguntas fundamentais:

1 – Como a forma de consumir serviços de saúde dos pacientes pode beneficiar o plano?

2 – Em qual cenário é mais provável que um PLHP estimule o crescimento?

3 – Uma forma alternativa de infra-estrutura administrativa poderia ser favorável a um PLHP?

4 – O que pode ser adquirido através de uma análise granular (granular analytics é um conceito usado para determinar uma análise de dados aprofundada – e mais segmentada dos usuários/pacientes)?

Os profissionais precisam compreender as preferências dos consumidores em termos de custo e benefícios (quanto estão dispostos a pagar por determinados serviços). Escolher o mercado certo é importante. Regiões onde o sistema de saúde tem uma grande abrangência e onde a consolidação de uma operadora é baixa, podem oferecer as melhores chances para o crescimento através de um PLHP.

Nos mercado norte-americano, embora muitos dos primeiros PLHPs têm seu foco no mercado Medicaid (programa de saúde do governo para famílias e indivíduos de baixa renda), os mais recentes estão oferecendo Medicare Advantage (programa de seguro de saúde dos EUA para idosos, que serve como um substituto para o Medicare original, com alguns benefícios a mais).

Outro modelo que vem sendo implementado por grandes empresas nos EUA, é o de negociar diretamente com os sistemas de saúde em uma determinada região onde o negócio atua. Um dos exemplos mais marcantes é o da gigante de aviação Boeing, que oferecerá planos de saúde da Roper St. Francis Health System aos seus 19 mil funcionários.

Saiba mais:

O que os hospitais devem considerar antes de oferecerem plano de saúde próprio 

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