Mundo | 16 de maio de 2013

Cuidados paliativos em evidência

Tratamento para pacientes terminais ganha força
Cuidados paliativos em evidência

O suporte para pessoas em estágio crônico de uma doença grave, como o câncer, e a busca por novos medicamentos, devem ter o mesmo padrão de estudos dedicado aos  fármacos curativos. Esta abordagem tem sido cada vez mais explorada por profissionais da oncologia e da medicina paliativa. O atendimento do paciente precisa ser global, em todas as suas dimensões médicas e psicossociais.

O relatório do professor Didier Sicard (médico e ex-presidente do Comitê Consultivo de Ética da França, de 1999 a 2008) entregue ao governo da França em dezembro, amplia o debate sobre o suicídio assistido e critica o mau uso da Lei Leonetti (que garante ao profissional o direito de “deixar alguém morrer”, permitindo que o doente seja induzido a coma artificial e morra de fome e de sede), dando força aos cuidados paliativos.

Como pondera o relatório  “o objetivo dos cuidados paliativos é prevenir e aliviar o sofrimento e preservar, tanto quanto possível, a qualidade de vida dos pacientes e suas famílias”.

A Dra. Laura Copel, oncologista do Institut Currie (Paris) ressaltou, em entrevista para o jornal Le Figaro, que “a ideia principal é que não existe razão para limitar a gestão global de situações paliativas avançadas. Pacientes complexos, que exigem a coordenação de múltiplos ramos do cuidado médico, são muitas vezes os pacientes paliativos, sem chances de cura. Mas aqueles com boa taxa de recuperação também têm grandes necessidades que levam em conta os impactos sobre a eficácia do tratamento e retorno à vida normal”.

A morfina e seus derivados, como fentanilo, agem em dores mais profundas e prolongadas. Já em situações de dor paroxística, novas técnicas de dosagens, como o uso de spray sublingual ou nasal e aplicação de adesivo de fentanil, garantem uma ação mais instantânea do medicamento, combatendo de forma mais eficaz as crises agudas.

Em dores neuropáticas, melhores resultados foram diagnosticados com drogas em desenvolvimento como a pregabalina (anti-epilético) e a duloxetina (anti-depressivo que estimula o sistema nervoso). Quando a dor é em uma região específica, é possível fazer uma anestesia local que transmite o incômodo para o cérebro. Fármacos anti-inflamatórios em doses elevadas podem, também, ser eficazes na dor metastática.

Para doentes terminais, o controle da dor é inadequado se o paciente for mantido consciente. A lei Leonetti dá a possibilidade de uma sedação mais forte, embora possa encurtar os momentos finais da pessoa.

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