Gestão e Qualidade | 24 de novembro de 2014

Wayfinding aplicado aos ambientes de saúde

Especialista explica os benefícios do modelo que é novidade no Brasil
Wayfinding aplicado aos ambientes da saúde

O Hospital Ana Nery, de Santa Cruz do Sul, centro de referência em oncologia para as regiões do Vale do Rio Pardo, Centro Serra e algumas cidades da região Carbonífera gaúcha irá implementar um moderno sistema de comunicação visual a partir de um amplo estudo de fluxo. O trabalho prevê avanços e melhorias na sinalização do empreendimento, como marcações por diferentes acessos e níveis de altitude. O objetivo é facilitar a movimentação de pacientes, profissionais da saúde e visitantes, para que o atendimento ocorra com agilidade.

Em entrevista para o portal Setor Saúde, o arquiteto Alexandre Mussnich, diretor da Planobase Lubianca, responsável pelo projeto, explica que o conceito de wayfinding ainda é pouco conhecido no Brasil, mas amplamente aplicado em países como EUA e na Europa. “Se baseia no tripé: orientação, navegação e informação. Foi criado para facilitar a mobilidade em espaços com grande concentração de público. Além de guiar as pessoas, o sistema de wayfinding confere aos ambientes padrões visuais e de marca facilmente perceptíveis”.

Os hospitais possuem uma diversidade de públicos e de rotas, diz o arquiteto. “Cada público tem uma rota e, no processo de wayfinding, devemos deixar isso claro utilizando linguagens, cores e elementos diferenciados. Assim, otimizamos rotinas de trabalhadores, visitantes, pacientes e demais frequentadores”. A Planobase Lubianca já produziu projetos para outras instituições hospitalares, como a Irradial Radiologia, no Hospital Beneficência Portuguesa, em Porto Alegre.

Fotos do sistema de comunicação visual adotada na Irradial Radiologia

Fotos do sistema de comunicação visual adotada na Irradial Radiologia

 

Para o especialista, o deslocamento das pessoas é fator essencial, principalmente em casos de instituições de saúde que atendem muitas pessoas. Quanto mais eficiente for o sistema de sinalização, a percepção de um bom atendimento tende a aumentar já que a sensação de se sentir perdido, de não saber aonde ir, costuma aumentar a angústia dos pacientes. Assim, o wayfinding pode ajudar no que se refere à satisfação com o estabelecimento. “Todos os padrões e referências visuais possuem impacto expressivo na experiência dos usuários”.

Etapas do wayfinding

O wayfinding, explica Mussnich, tem quatro etapas: orientação; escolha de rota; observação de rota; e reconhecimento do destino. A Orientação é referente à consciência de posicionamento do indivíduo. “Esta etapa pode ser facilitada caso seja possível dividir o espaço em tamanhos menores e de fácil identificação”, diz o arquiteto. A Escolha da Rota facilita o caminho que leva o indivíduo ao destino desejado, buscando sempre um trajeto mais curto, ou criando alternativas.

Quanto à Observação, “o indivíduo vai se locomovendo e tendo a confirmação se está indo no sentido desejado. Caso o caminho seja claro (com princípio, meio e fim), a pessoa sempre saberá onde está”, explica o especialista. Por fim, o Reconhecimento do Destino é a certeza de que se chegou onde se quer. O paciente, no caso, deve “perceber que o local de destino é o ponto final de uma rota”, conclui.

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