Criado em 1955, a partir da iniciativa de um grupo de mulheres engajadas em arrecadar recursos para o hospital, o Voluntariado Einstein se tornou, ao longo de sete décadas, uma das maiores redes organizadas de voluntariado em saúde no país. O que começou com ações pontuais cresceu de forma estruturada e estratégica: hoje são 660 voluntários ativos, atuando em 11 unidades do Einstein no Brasil, em 77 setores, no apoio desde o acolhimento em hospitais até projetos de grande impacto social em comunidades, reforçando sua missão de humanização do cuidado e transformação social.

O impacto dessa atuação pode ser medido em números: só nos últimos 40 anos, o Voluntariado Einstein realizou mais de 10,4 milhões de atendimentos, ampliando o alcance de ações de saúde, educação e inclusão em todo o Brasil. A presença está consolidada em diversas unidades do Einstein, como nas Unidade do Morumbi, o Residencial Israelita Albert Einstein, e as externas de Alphaville, Ibirapuera e Perdizes, em São Paulo, na Unidade de Goiânia, e nos hospitais geridos pela organização, como o Hospital Municipal Dr. Moysés Deutsch (M’Boi Mirim), Hospital Municipal Vila Santa Catarina e Hospital Municipal de Aparecida de Goiânia.

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“O Voluntariado é uma frente importante de Responsabilidade Social do Einstein. O compromisso de cuidar com dignidade, ter empatia e levar esperança a quem mais precisa está em cada gesto e em cada atendimento que fazemos”, afirma Telma Sobolh, presidente do Voluntariado Einstein.

Entre os marcos dessa trajetória, destaca-se o trabalho em Paraisópolis, que começou com a Pediatria Assistencial na década de 1960 e se fortaleceu com a criação do Programa Einstein na Comunidade de Paraisópolis (PECP) – em 1998 – e levou o Voluntariado para além dos muros hospitalares. O projeto tornou-se referência em inclusão social e acesso à saúde, oferecendo atendimentos gratuitos, ações de prevenção, capacitação profissional e atividades educacionais em uma das maiores comunidades de São Paulo. Somente em 2024, o PECP realizou 102 projetos, com 433 turmas e 52 alianças estratégicas, envolvendo sociedade civil, setor privado e poder público. O esforço resultou em mais de 181 mil atendimentos em um único ano.

Histórias que transformam

Por trás dos números, há histórias de vida que ilustram a profundidade do trabalho voluntário. Alessandra Abreu, voluntária há 13 anos no PECP, compartilha experiências marcantes e relembra que durante a pandemia, o programa se adaptou rapidamente para oferecer tutoria a crianças que não estavam acompanhando as aulas. “Montamos a estrutura de tutoria e abrimos as frentes presencial e online. Até criamos o ‘voluntariado do amigo’, em que voluntárias convidavam pessoas de seu convívio para ajudar”, conta. A ideia era que quanto mais gente ajudando com a maior rapidez possível, mais pessoas estariam sendo ajudadas.

Ela relembra o caso de uma mãe que havia superado dificuldades extremas e recebeu não apenas apoio material, mas também emocional, como o gesto de escuta que se tornou um momento transformador para aquela família e para Alessandra. Outra história que a emociona é a de três irmãos do Rio de Janeiro que chegaram ao projeto em situação de vulnerabilidade. “Eles estavam há três anos sem ir à escola. Em um mês, conseguimos matriculá-los em escolas públicas e o mais novo em uma creche. Foi uma transformação rápida e profunda”, relata.

Além do suporte educacional, a Biblioteca do Einstein em Paraisópolis tornou-se um espaço de referência para a comunidade. Pais e crianças frequentam o local para fazer currículos, agendar visitas a familiares presos ou simplesmente mergulhar no mundo da leitura. “Tivemos um funcionário da limpeza que começou a passar o intervalo lendo vários livros, incluindo Shakespeare. Ele sempre aparecia na biblioteca no tempo livre”, relembra ela.

Expansão e futuro

Neste mês, o Voluntariado abriu inscrições para interessados que queiram atuar no Hospital Ortopédico do Estado da Bahia, em uma expansão de sua atuação para uma nova região do país, fortalecendo o compromisso de oferecer apoio humano e social em diferentes contextos e territórios.

“Chegar ao Hospital Ortopédico do Estado da Bahia é motivo de grande orgulho. Significa que a nossa rede está cada vez mais próxima das pessoas e que podemos compartilhar o espírito do voluntariado com novas comunidades”, comemora Telma.

Mais do que acolhimento, o Voluntariado promove um elo entre a organização e a sociedade, aproximando diferentes públicos de uma visão mais ampla da saúde. Seja em hospitais ou comunidades, cada ação é pensada para estimular a empatia, reduzir vulnerabilidades e oferecer esperança em momentos delicados.

Também se destaca pela capacidade de inovação social, adaptando suas ações às necessidades emergentes do sistema de saúde. A combinação de voluntariado organizado, impacto em larga escala e integração com políticas públicas faz do Einstein referência na promoção de cidadania e solidariedade por meio do seu pilar de Responsabilidade Social.

O Dia Nacional do Voluntariado se torna, assim, uma data simbólica: um momento de celebração, mas também de renovação do compromisso do Einstein com um futuro em que solidariedade e ciência caminham juntas para transformar vidas.