O dia 27 de setembro é marcado pelo Dia Nacional da Doação de Órgãos. A data visa conscientizar a população sobre a importância da doação e, ao mesmo tempo, fazer com que as pessoas conversem sobre o assunto. Apesar do propósito da data, trata-se ainda de um assunto de difícil entendimento, principalmente quanto aos órgãos e tecidos que só podem ser doados após o falecimento, como é o caso da córnea.

A córnea é a camada externa transparente e curva do olho, localizada na frente da íris e do cristalino. Ela tem duas funções principais: refrativa: a córnea desempenha um papel crucial na refração ou no foco da luz que entra no olho, direcionando-a para a retina. E de proteção: como barreira física, protege o interior do olho de partículas estranhas, poeira e microrganismos patogênicos. E a sua doação é um ato fundamental para que muitas pessoas possam voltar a enxergar.

PUBLICIDADE

Desinformação é dos motivos para a baixa adesão à doação de córneas

De acordo com o Dr. Fausto Stangler, médico oftalmologista e diretor técnico do Hospital Banco de Olhos São Pietro (gerido pelo Grupo São Pietro Hospitais e Clínicas), é preciso conscientizar a população sobre os procedimentos envolvidos. “O transplante de córnea, também conhecido como ceratoplastia, é um procedimento cirúrgico no qual a córnea danificada ou doente é substituída por tecido de córnea doado. É realizado para restaurar a visão em pacientes cuja córnea tornou-se opaca ou deformada, impedindo a entrada adequada de luz”, esclarece.

Existem diversos motivos para a baixa adesão à doação de córneas e a desinformação é um deles. Muitas pessoas desconhecem a importância e o processo de doação e da possibilidade de deixar um legado e ajudar ao próximo. Segundo o Dr. Fausto, “alguns temem que o corpo do falecido seja desfigurado após a doação, apesar de não haver deformação visível após a retirada dos tecidos oculares. E algumas culturas ou crenças religiosas podem ter restrições ou hesitações em relação à doação de órgãos”.

 PUBLICIDADE

“Praticamente qualquer pessoa pode ser doadora de córneas”

Atualmente, além da forma tradicional de comunicar o desejo à família, é possível realizar de forma gratuita uma escritura pública declaratória de doação de órgãos em qualquer Tabelionato de Notas do Estado e se tornar doador de órgãos e tecidos. “Praticamente qualquer pessoa pode ser doadora de córneas, independentemente da idade, da visão que tinha em vida ou do uso de óculos”, aponta Fausto.

As instituições que dispõe de Banco de Olhos devem realizar todos os procedimentos de processamento dos tecidos oculares doados. “A equipe é treinada especificamente para manusear e processar tecidos oculares, além de garantir que os tecidos sejam processados, preservados e armazenados nas condições ideais, minimizando o risco de transmissão de doenças e garantindo a biossegurança do paciente”.

Os tecidos oculares doados são utilizados principalmente em transplantes de córnea para restaurar a visão. Além da córnea outros tecidos, como a esclera, podem ser utilizados em cirurgias reparadoras ou reconstrutivas. Em algumas situações, tecidos oculares também podem ser usados em pesquisas para compreender melhor as doenças oculares e desenvolver novos tratamentos. “Atualmente são cerca de 1000 pessoas esperando doação de córneas, com esperas que podem chegar a 1 ano e 2 meses sem enxergar. O Dia Nacional da Doação de Órgãos é uma oportunidade de registrar o desejo de realizar um gesto nobre. A doação de córneas é um ato de grandeza que permite devolver a visão a muitas pessoas”, conclui Dr. Fausto Stangler.

O Grupo São Pietro Hospitais e Clínicas destaca-se com atuação em hospitais especializados, em rede de clínicas de Oftalmologia e Urologia e no segmento de sênior living. Possui em sua rede o Hospital Banco de olhos, o maior centro de ensino e cuidado de oftalmologia do sul do país, e o Prime Day Hospital especializado em urologia. O Grupo conta com unidades em Porto Alegre, Canoas, Portão, São Leopoldo, Taquara e Xangri-lá.