Mundo | 23 de março de 2015

Teste diferencia comprometimento cognitivo da perda de memória associada à idade

Distingue demência de problemas oriundos do envelhecimento
Teste diferencia comprometimento cognitivo da perda de memória associada à idade

Um novo sistema desenvolvido por pesquisadores da Clínica Mayo (EUA) pode analisar e determinar quais idosos têm mais riscos de desenvolver problemas cognitivos, que podem levar à demência. O estudo foi publicado na revista Neurology.

Conforme o autor do estudo, Ronald Petersen, o foco “é identificar as pessoas que estão em maior risco de demência o mais rapidamente possível”. Segundo ele “a detecção precoce de pessoas com maior risco de desenvolver problemas cognitivos e de memória, que chamamos de transtorno cognitivo leve, é crucial porque elas têm um maior risco de desenvolver demência. Isso permite uma grande margem de tempo para dar início à medidas preventivas”.

Para realizar a pesquisa, foram selecionadas 1.449 pessoas entre 70 e 89 anos, que não tinham problemas aparentes com memória e pensamento, com visitas a cada 15 meses, durante quase cinco anos de acompanhamento. Os participantes realizaram, durante este período, uma bateria de testes de memória e pensamento. Durante o período de análise, 401 voluntários desenvolveram comprometimento cognitivo leve.

O sistema de pontuação levou em conta fatores que poderiam ser obtidos a partir dos prontuários, como escolaridade, número de medicamentos ingeridos, histórico de AVC ou diabetes e tabagismo. Os pesquisadores também consideraram fatores de sintomas como depressão e ansiedade.

Os parâmetros foram atribuídos a uma pontuação relacionada com o quanto os fatores contribuíram para o risco de desenvolver problemas cognitivos. Ser diagnosticado com diabetes antes dos 75 anos, por exemplo, aumentou o placar de risco em 14 pontos, enquanto que pacientes com 12 anos ou menos de escolaridade, aumenta o risco em 2 pontos.

Os pesquisadores descobriram que muitos indicadores foram diferentes para homens e mulheres. Em geral, homens jovens tiveram um risco maior de desenvolver problemas cognitivos leves do que as mulheres mais jovens. Por outro lado, as mulheres mais velhas têm chances maiores do que os homens mais velhos.

O teste fornece uma maneira barata e fácil de identificar pessoas com problemas de memória em potencial. Variáveis ​​como a idade, diabetes, fatores de risco para doenças cardiovasculares, depressão ou ansiedade, também contribuem para um aumento do risco, enquanto que o gene ApoE – associado a um risco aumentado de demência –, estava ligado a um fator de risco moderado.

VEJA TAMBÉM