Tecnologia e Inovação | 28 de dezembro de 2023

Técnica inédita no HCPA é usada em cirurgia de criança

Novo tratamento para a malformação congênita chamada de tórax afundado (pectus excavatum) reduz necessidade de tempo de internação.
Técnica inédita no HCPA é usada em cirurgia de criança

O Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) usou pela primeira vez uma técnica cirúrgica para tratamento de uma deformidade congênita do tórax que aflige crianças e adolescentes. O chamado tórax afundado (pectus excavatum) pode trazer problemas respiratórios ou no coração, e também causar danos psicológicos importantes por causa da questão estética.

A chamada cirurgia de Nuss foi realizada em um menino de 13 anos, com o auxílio do cirurgião pediátrico do Hospital da PUC de Campinas, Gilson Sawaya. Em vez de um grande corte na região anterior do tórax, foram realizadas pequenas incisões na lateral do corpo. Além disso, não foi necessário remover cartilagens costais, nem causar a fratura e deslocamento anterior do osso esterno, como era feito até então.


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Menor tempo de internação e retorno mais rápido às atividades usuais

“Saímos de uma técnica tradicional para uma menos invasiva, onde são necessários menor tempo de internação e retorno mais rápido às atividades usuais”, comemora o coordenador da Cirurgia Torácica Infantil do HCPA, professor José Carlos Fraga. Na nova técnica, o tempo da cirurgia caiu de seis para cerca de duas horas, e os dias de internação, de dez para três a cinco dias.

O passo seguinte da cirurgia foi a colocação de uma barra metálica por trás do esterno, que é moldada ao corpo do paciente e usada para levantar o osso e as cartilagens deformadas. A inserção é monitorada através de videocirurgia (videotoracoscopia). Ela permanece no tórax por alguns anos, ajudando a moldar o novo formato do corpo.


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Barra não é custeada pelo SUS

Entretanto, esta barra não é custeada pelo SUS. Por isso, a equipe do Serviço de Cirurgia Pediátrica está elaborando um projeto de pesquisa para arrecadar recursos junto aos órgãos de fomento de pesquisa para custear as barras e, assim, realizar novos procedimentos. “Esse projeto terá uma parte social importante, pois pode ajudar a quem não tem condições de custear o tratamento”, explica a chefe do Serviço de Cirurgia Pediátrica do HCPA, professora Paola Isolan.


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A técnica já era empregada em alguns hospitais e foi usada pela primeira vez no Hospital de Clínicas no dia 6 de dezembro. Confira o antes e o depois da cirurgia de Nuss.

cirurgia de Nuss

 

 



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