Tecnologia e Inovação | 14 de abril de 2024

SUS passa a disponibilizar técnica minimamente invasiva para o tratamento da estenose aórtica (TAVI)

Esse procedimento foi realizado pela primeira vez em 2002, na França, e permite a substituição da válvula nativa por meio de um procedimento via cateter.
SUS passa a disponibilizar técnica minimamente invasiva para o tratamento da estenose aórtica TAVI

Dados demográficos mostram que, assim como muitos países do mundo, a população brasileira está “envelhecendo”, com o aumento do número de idosos e diminuição da proporção de jovens. Esse novo perfil populacional impacta nas políticas de saúde pública, já que muitas doenças antes despercebidas passam a se tornar mais comuns. Uma delas é a estenose aórtica, decorrente da degeneração e calcificação da válvula aórtica, dificultando a saída do sangue do coração para a aorta, prejudicando a circulação do mesmo.


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Seus sintomas são principalmente cansaço, desmaios, pressão ou dor no peito e arritmia cardíaca, podendo também se manifestar com morte súbita, infelizmente. Uma acentuada perda da qualidade de vida do paciente é comum, pela evolução de um quadro permanente de cansaço, fadiga e falta de ar. Mas seu impacto vai muito além. Entre os idosos acima dos 75 anos de idade – cerca de 1,5 milhão de brasileiros – a estenose aórtica atinge em torno de 5% no mundo, sendo uma doença que além de debilitar o paciente, sobrecarrega sua família e o sistema público de saúde. O idoso deixa de trabalhar, de se exercitar, de conviver socialmente e se torna dependente , com todas as implicações decorrentes disso.


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Atualmente os casos estenose aórtica grave sintomática são tratados com cirurgias convencionais, ou seja, aquelas chamadas de peito aberto, com longos prazos de internação, convalescência e de recuperação. Mas por ser uma doença que atinge em sua grande maioria idosa, estima-se que até um terço deles não podem ser operados por conta do grande risco de complicações e de mortalidade e, assim, sofrem com deterioração de sua vida, sofrendo com os sintomas limitantes.


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É nesse contexto que o Diário Oficial divulgou em 11 de abril de 2024, a Portaria GM/MS Nº 3.414, disponibilizando a técnica percutânea minimamente invasiva para o tratamento da estenose aórtica: o Implante Percutâneo de Bioprótese Valvar Aórtica, mais conhecido como TAVI (do inglês Transcateter Aortic Valve Implantation) no Sistema Único de Saúde (SUS).

Trata-se de um fato histórico que busca recuperar a fronteira da inovação e iniciar um novo ciclo no tratamento da alta complexidade cardiológica no Brasil. Esse procedimento foi realizado pela primeira vez em 2002, na França, e permite a substituição da válvula nativa por meio de um procedimento via cateter, que é introduzido por um acesso vascular arterial geralmente na virilha do paciente, à semelhança de uma angioplastia com implante de stent coronário. Característica que o torna rápido e mais seguro para idosos, com impacto social para a família e potencialmente para o sistema público de saúde.

Apesar de já estar liberada no Brasil a uma década e meia, a técnica somente estava disponível na rede privada de saúde. Ao longo período desde sua liberação, a cardiologia brasileira realizou um importante trabalho de especialização e de capacitação para a TAVI, liderado pela SBHCI – Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista – através da realização de debates, simpósios, treinamentos e cursos.

 



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