Gestão e Qualidade, Tecnologia e Inovação | 6 de maio de 2019

Superintendente médico avalia primeiro ano da cirurgia robótica no Hospital Moinhos de Vento

Luiz Antônio Nasi, foi o segundo palestrante de encontro do CBEXs Sul, em Porto Alegre
Superintendente médico avalia primeiro ano da cirurgia robótica no Hospital Moinhos de Vento

O Colégio Brasileiro de Executivos da Saúde (CBEXs) realizou o primeiro encontro do ano do Capítulo Sul na sede da Federação dos Hospitais e Estabelecimentos de Saúde do RS (FEHOSUL) e Associação dos Hospitais do RS (AHRGS), na sexta-feira (26). A atividade, que congregou 25 associados e convidados, foi aberta com as palavras de saudação do presidente do Capítulo Sul, médico Cláudio Allgayer, também presidente da ONA e da FEHOSUL, e contou igualmente com o apoio institucional da Fasaúde/IAHCS. O lançamento do CBEXs Capítulo Sul ocorreu em 2018.

O portal Setor Saúde produziu matérias especiais de cada uma das palestras. Após a palestra Colapso da Saúde, feita pelo CEO do CBEXs, Luiz Felipe Costamilan, ocorreu a apresentação do superintendente médico do Hospital Moinhos de Vento, Luiz Antonio Nasi, que falou sobre a cirurgia robótica no Moinhos, apresentando os resultados do procedimento, iniciado em 2018 na instituição. A próxima matéria será com Antônio Quinto Neto, que falou sobre gestão e liderança de médicos.

Costamilan, Nasi e Quinto debateram sobre os temas com os executivos do CBEXs Sul

Costamilan, Nasi e Quinto debateram sobre os temas com os executivos do CBEXs Sul

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Nova era

O superintendente médico disse que uma nova era da medicina está ocorrendo: com cada vez mais advento da medicina computacional (e a Inteligência Artificial sendo um dos expoentes disso); com um paciente cada vez menos “paciente” (exigindo mais resultados e munido de muita informação); e a medicina de precisão (que personaliza o atendimento conforme as características de cada indivíduo).

Nasi apontou que o uso de robôs, bastante enfatizado como símbolo de uma nova era tecnológica, também chegou ao setor da saúde. “Entramos numa nova era: a da medicina virtual”, destacou. De acordo com Nasi, a cirurgia robótica passou a possibilitar projeções de cirurgias remotas à longa distância, tornando sem limites a exploração do universo (o que seria uma “medicina espacial”).

Se ainda não foi realizada fora da Terra, nos hospitais do mundo a cirurgia robótica já é uma realidade há anos. O Hospital Moinhos de Vento tornou-se, em 2018, a segunda instituição gaúcha a realizar o procedimento – o Hospital de Clínicas de Porto Alegre conta com o procedimento desde 2013.

Desafios e visão geral sobre o procedimento

Os benefícios principais destas cirurgias minimamente invasivas são a diminuição do tempo internado, maior controle e precisão nos movimentos desenvolvidos pelos médicos e maior segurança para o paciente. Nasi, porém, destaca que a cirurgia robótica “aumenta de 15 a 30% nos custos”, salientou.

Para realizar a primeira cirurgia de lobectomia pulmonar robótica do Sul do País, os médicos do Hospital Moinhos passaram por um processo de credenciamento e capacitação junto à empresa que comercializa o aparelho, além de encontros com especialistas em cirurgia robótica em Nova York, nos Estados Unidos.

Além disso, Nasi também apontou a necessidade de equipes com profissionais treinados para realizar o procedimento, enfatizando que os mesmos precisam “estar apaixonados pelo que estão fazendo”.

Nasi_Cirurgia_Robótica

 

Números e resultados no Hospital Moinhos de Vento

Na palestra, foi apresentado o levantamento das cirurgias robóticas realizadas em um ano no Hospital Moinhos de Vento. Até fevereiro de 2019, foram 107 procedimentos cirúrgicos realizados (hoje passam de 150). A prostatectomia radical lidera o número de cirurgias que foram realizadas com o robô (88), seguida de nefrectomia parcial (9).

Sobre a prostatectomia radical robótica, o Dr Nasi trouxe alguns dados sobre os 88 procedimentos realizados:

O tempo médio de permanência hospitalar é de 3 dias;


Somente 3 pacientes (3,4%) tiveram complicações (hérnia encarcerada, linfocele e infecção tardia de cateter de DVP – necessidade de troca de cateteter);


 Nenhum paciente necessitou de transfusão intra-operatória;


 98% dos pacientes recomendam a cirurgia robótica.

Nasi destacou que, atualmente, o Hospital Moinhos de Vento conta com 17 cirurgiões habilitados e integrantes do Núcleo de Medicina Robótica, 10 cirurgiões com treinamento agendado no país e exterior. Além disso, o hospital cogita a aquisição de outro robô Da Vinci (agora modelo XI), que deve estar operacional no início de 2020.

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