Um grupo de Centros de Câncer e profissionais da oncologia lançarão um grande banco de dados eletrônico sobre câncer que vai desbloquear informações anteriormente inacessíveis, que ajudarão no tratamento dos pacientes utilizando milhões de registros. Segundo a Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO, na sigla em inglês), o CancerLinQ é uma plataforma de tecnologia, criada pela empresa de software SAP, e que entra em funcionamento ainda em 2015.

O projeto tem como objetivo avançar o tratamento do câncer, fornecendo aos clínicos feedbacks instantâneos por meio de ferramentas que ajudarão a tomar decisões críticas e ajudar na capacidade de descobrir com antecedência padrões não perceptíveis no tratamento de pacientes, oferecendo uma visão mais personalizada sobre a doença de determinado paciente.

“Nosso objetivo é levar uma quantidade sem precedentes de dados do paciente, identificar conhecimentos significativos e acionáveis ​​e melhorar o tratamento. Pretendemos fazer isso o mais rápido possível”, salientou o Dr. Clifford Hudis, ex-presidente da ASCO e chefe de serviço de medicina interna no Centro de Câncer Memorial Sloan Kettering, em Nova York.

O CancerLinQ usará o software Hana, de alta velocidade. Segundo a SAP Americas, a plataforma de computação de alto armazenamento será capaz de absorver dados de várias fontes e rapidamente analisar, processar e criar valor para os dados. Oito instituições de oncologia norte-americanas já assinaram acordos para participar: Inova Comprehensive Cancer & Research Institute; South Coast Centers for Cancer Care; New England Cancer Specialists; Medical Oncology Hematology Consultants; Cancer Treatment Centers of America; Marin Cancer Care; Space Coast Cancer Center; e Michiana Hematology-Oncology.

O presidente dos EUA, Barack Obama, disse que através do acesso à informação personalizada, será mais fácil tratar doenças como câncer e diabetes. Outros sete grandes centros de câncer estão em processo de adesão. A participação combinada desses centros com as práticas comunitárias, deve gerar registros para mais de meio milhão de pacientes, na análise de Peter Yu, presidente da ASCO. Os custos do projeto não foram revelados, mas Yu diz que o valor está na faixa de “oito dígitos”.

Na conferência da ASCO realizada em 21 de janeiro, Clifford Hudis destacou que a medicina de precisão é o próximo “passo lógico” na aplicação da biologia molecular e na compreensão dos fundamentos de câncer. Transformando múltiplas fontes de dados em um tratamento ideal para o paciente é o ponto crucial que o grupo está tentando gerar.

O CancerLinQ deve proporcionar informações suficientes – incluindo dados genéticos – para conduzir uma gama de avanços na assistência ao paciente. Para o combate ao câncer, o uso da genética pode levar a códigos de diagnósticos mais precisos e tratamentos mais personalizados. Com a nova ferramenta, pesquisas irão aumentar o grau de detalhamento, reduzindo cada vez mais zonas obscuras, ainda pouco conhecidas, das pesquisas médicas.