Slow Medicine foi tema de palestra de médico italiano no Hospital de Clínicas
“Fazer mais não significa fazer melhor" defendeu Marco Bobbio
“Por uma medicina sóbria, respeitosa e justa”: esta é a definição do Slow Medicine, movimento nascido na Itália em 2011 e que tem como um de seus responsáveis o médico cardiologista do Hospital Santa Croce e Carie di Cueno (Itália) Marco Bobbio. Autor do livro “O Doente Imaginado”, ele apresentou no Hospital de Clínicas palestra com o mesmo tema na sexta-feira, dia 11.
Segundo Bobbio, o ” doente imaginado ” é um paciente existente no imaginário de médicos e da indústria: uma pessoa mais preocupada com o futuro do que com seu atual estado de bem-estar e que segue a lógica de que ao se fazer mais testes, se tem mais dados, evitando doenças e aumentando a longevidade. No entanto, é necessário refletir sobre os limites da medicina tecnológica. “A medicina alcançou resultados extraordinários nos últimos tempos. O problema atual é que essas tecnologias podem ser exageradas e capazes até de criar mais prejuízos do que vantagens”. Segundo ele, é necessários que os profissionais de saúde se questionem sobre a real necessidade de determinados procedimentos. “Fazer mais não significa fazer melhor”, afirma.
Escolher com o paciente o curso do tratamento, envolvê-lo nos processos decisórios e prescrever tratamentos e exames conforme o que é aceitável para cada caso são algumas das condutas encorajadas pelo especialista.
Mais informações sobre o tema podem ser encontradas na página do movimento, em www.slowmedicine.it. Para ler o manifesto em português, acesse http://www.slowmedicine.it/Manifesto_PORT.pdf