Tecnologia e Inovação | 26 de junho de 2024

Seis Institutos de Pesquisa: HCPA é sede de centros de excelência

Áreas como câncer infantil, saúde da mulher e doenças raras são pesquisadas no hospital.
Seis Institutos de Pesquisa HCPA é sede de centros de excelência

O mapa da pesquisa científica no Brasil é feito de muitas curvas e poucas linhas retas. Um tema pode suscitar a curiosidade de um pesquisador no norte, e também no sul do país. Os pontos de partida podem ser diferentes, mas com um mesmo objetivo. Unificar essas pesquisas, formar recursos humanos capacitados, compartilhar o conhecimento acadêmico e promover parcerias com o setor produtivo são funções dos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia, os INCTs. O Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) sedia, em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), seis INCTs. Eles desenvolvem projetos de longo prazo, em redes de cooperação científica que contam com centros de pesquisa do país e do mundo.


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Os INCTs do Clínicas são voltados à Avaliação de Tecnologia em Saúde (IATS), Genética Médica Populacional (Inagemp), Hormônios e Saúde da Mulher (Hormona), Resistência Antimicrobiana (Inpra), Biologia do Câncer Infantil e Oncologia Pediátrica (BioOncoPed) e Doenças Raras (InRaras). Para a diretora de Pesquisa do HCPA, professora Patrícia Prolla, essa é uma parceria virtuosa. “Os Institutos usufruem de apoio institucional dado pelo Hospital, como a estrutura física e de pessoal, e o HCPA se beneficia das pesquisas que eles desenvolvem. É uma marca de excelência”, frisa.

IATS

A criação dos INCTs é autorizada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) com base na excelência dos pesquisadores do grupo de pesquisa. Criado em 2009, o Instituto de Avaliação de Tecnologia em Saúde (IATS) do HCPA atua na produção de evidências científicas que possam justificar a incorporação de novos procedimentos, equipamentos, medicamentos e tecnologias em saúde. Atualmente, são 48 projetos em andamento, em seis estados e no Distrito Federal. De 2017 a abril de 2024, foram mais de 1.800 artigos publicados em periódicos nacionais e internacionais. Uma das novas linhas de pesquisa criadas é a de Inteligência Artificial na Saúde.


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O Hormona pesquisa ações que possam ajudar na formulação de políticas públicas para todas as fases do ciclo de vida feminino: saúde reprodutiva, planejamento familiar e envelhecimento saudável. Entre as doenças pesquisadas, estão a endometriose e ovários policísticos. Atualmente são 55 projetos em andamento entre todas as instituições, além de ações de extensão, capacitação e formação de recursos humanos.


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O Inagemp parte da ideia de que, se uma pessoa é tratada por um médico, uma família é cuidada pela Genética Médica e a população, pela Genética Médica Populacional. Desde 2008, pesquisadores do Inagemp fazem incursões em regiões onde há pessoas com diferenças genéticas, como portadores de mucopolissacaridose na Bahia e alterações de audição verificadas no interior do Ceará. Além da pesquisa para identificar a mutação, é feito um trabalho para que a população conheça essas condições genéticas e identifique precocemente os portadores da doença. Trabalho semelhante iniciou recentemente com portadores de albinismo e galactosemia em uma comunidade indígena gaúcha.


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Já o INPRA está associado à pesquisa das infecções de origem bacteriana. O Instituto desenvolve pesquisas para acelerar testes de identificação das bactérias em coletas e identificar diferenças no mecanismo de resistência dos pacientes entre as bactérias que circulam no país. Estes projetos podem gerar dados que permitirão o tratamento com o antibiótico mais adequado, o que aumenta a chance de cura e ajuda a diminuir infecções hospitalares.

Os mais novos INCTs

O mais novo INCT criado dentro do HCPA é o de Doenças Raras. O objetivo do InRaras é unificar iniciativas que buscam mapear a incidência das doenças raras e criar uma rede que possa auxiliar pacientes que esperam por um diagnóstico, reduzindo o que os especialistas chamam de odisseia diagnóstica – o longo tempo entre os primeiros exames e o diagnóstico definitivo de uma doença genética. Um dos exemplos de pesquisa é para aprimorar o teste do pezinho, que identifica precocemente doenças graves. Os pesquisadores do HCPA investigam novos métodos de triagem neonatal para doenças raras de origem genética.

Outro INCT criado recentemente é o da Biologia do Câncer Infantil e Oncologia Pediátrica (BioOncoPed), que pretende fazer uma interface entre o câncer e a neurobiologia. O número de estudos focados no câncer infantil – principal causa de morte por doença em crianças – é significativamente menor do que os que estudam o problema entre os adultos. O desafio é entender porque as crianças, que não foram expostas a agentes causadores do câncer, desenvolvem a doença na infância. Um dos diferenciais do BioOncoPed é o estímulo para que doutorandos que finalizam suas pesquisas invistam em startups voltadas para biotecnologia.

 



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