Gestão e Qualidade | 5 de novembro de 2012

Saúde: Falta de investimentos e interferência das operadoras

Cenário da saúde é de recursos escassos e dificuldade de negociação com as operadoras
Saúde: Falta de investimentos e interferência das operadoras

Nos últimos dias, médicos de todo o país deixaram de atender usuários de planos de saúde em consultas eletivas em manifestação contra as operadoras de saúde pela baixa remuneração, pela interferência em exames e tratamentos entre outras queixas. Esta foi a terceira paralisação do ano pelo mesmo motivo. No RS a manifestação atingiu 400 mil beneficiários e teve adesão de 16 mil profissionais e três dias de paralisação.

As operadoras de saúde estão interferindo cada vez mais na relação entre profissionais e pacientes e prestadores e usuários. Entre as principais queixas estão a limitação de pedir exames – muitas vezes tem que seguir regras, protocolos e diretrizes, que as operadoras de saúde estabelecem e existe limitação de autonomia profissional e institucional.

É de conhecimento de todos os baixos valores repassados aos médicos pelas operadoras de planos de saúde. E esse cenário não é nada diferente para os prestadores de serviços. No primeiro semestre deste ano, sob o comando do presidente da FEHOSUL, Dr. Cláudio José Allgayer, a entidade conduziu as negociações entre os hospitais e as operadoras de saúde para o reajuste da CMED. Com a união das forças dos principais prestadores de serviços do RS é que a categoria conseguiu um acordo com as principais operadoras que atendesse a necessidade para um atendimento dentro dos mesmos e recomendáveis padrões de qualidade que já vinham sendo praticados.

Por outro lado, as questões que envolvem o IPE – que também é um plano de assistência – é uma dura realidade para os prestadores de serviços e que está longe de ser solucionada. Desde março, quando as reuniões do Grupo Paritário foram suspensas pela ausência do Diretor de Saúde, os impasses estão se acumulando e as indefinições idem. O reajuste das tabelas de remuneração, derivado de “dissídio” anual, referente a 2012, que sempre começa a ser discutido em março de cada ano, ainda nem foi colocado na mesa de negociação. E já estamos no final de outubro. Outra questão que mostra a total falta de respeito da entidade estadual com os hospitais, clínicas e laboratórios de todo o Estado é o rompimento, unilateralmente, do acordo para o pagamento dos medicamentos pelo PF + 38,82%, que visa cobrir os gastos de logísticas e que, já havia sido acertado em agosto do ano passado no denominado “Acordo de 2011”.

Falta de investimentos

Além da interferência das operadoras de saúde, há também a questão dos investimentos na saúde pública. No RS o governo estadual não vem conseguido cumprir a legislação federal que determina a aplicação de 12% do orçamento em ações exclusivas de saúde.

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