Gestão e Qualidade | 17 de novembro de 2020

Rede D’Or, Qualicorp e NotreDame movimentam o mercado da saúde

Instituições divulgaram novas aquisições, lucros no terceiro semestre e possível segundo maior IPO da história no Brasil
Rede D’Or, Qualicorp e NotreDame movimentam o mercado da saúde

Três anúncios, da QualicorpNotreDame Intermédica e Rede D’Or São Luiz, movimentaram o mercado da saúde nesta terça-feira (17). A Qualicorp anunciou a aquisição das gestoras de planos de saúde Plural e Oxcorp por R$ 202,5 milhões. A NotreDame divulgou que seu lucro subiu 97,8% no terceiro trimestre de 2020. E a Rede D’Or busca até R$ 12,7 bi em IPO (sigla de Initial Public Offering, traduzida como Oferta Pública Inicial) e o valor de mercado pode chegar a R$ 127,7 bilhões.

A Qualicorp anunciou a aquisição de 75% do capital social das gestoras de plano de saúde Plural e Oxcorp, pelo montante de R$ 202,5 milhões à vista, sujeito à ajuste por dívida líquida, e uma parcela contingente e futura, variável de acordo com o resultado das Sociedades no próximo ano.

Com o fechamento da transação, a Qualicorp será, de forma direta ou indireta, a sócia majoritária e controladora unitária das Sociedades. Com a aquisição da Plural, a Qualicorp expande e complementa sua atuação no mercado brasileiro, adicionando ao seu portfólio cerca de 96 mil novas vidas e 21 novas operadoras. Com ticket médio de aproximadamente R$ 300,00, a Plural tem 13 filiais (das quais 8 são em novas praças para a Qualicorp) e atuação em diferentes regiões do território nacional.

Já a Oxcorp tem em sua base de distribuição mais de 500 plataformas de venda e aproximadamente 5 mil corretores parceiros – a Qualicorp afirma que a aquisição reforça a força de vendas do seu canal externo.

A Qualicorp convidou André Vianna e Sergio Braga, atuais sócios da Sociedade, para fazer parte da nova administração da Plural e da Oxcorp.


“Por fim, a Companhia informa, ainda, que (i) a aquisição de ambas as Sociedades não representa um investimento relevante para fins do inciso I do artigo 256 da Lei 6.404/76 (“Lei das S.A.”); (ii) não está sujeita ao disposto no artigo 256 da Lei das S.A. e, portanto, não depende de apreciação pela Assembleia Geral da Companhia; e (iii) o fechamento da Transação está sujeito à implementação de determinadas condições precedentes usuais nesse tipo de operação, incluindo a aprovação da troca do controle da Plural pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS)”, diz a Qualicorp em nota.


A NotreDame Intermédica registrou um avanço de 97,8% no lucro líquido atribuído aos acionistas da companhia no terceiro trimestre, para R$ 197,2 milhões, ante o mesmo intervalo de 2019.

A receita líquida cresceu 24%, para R$ 2,7 bilhões, no comparativo anual, resultado do crescimento das linhas de negócio de planos de saúde e odontológicos. A receita líquida de planos de saúde totalizou R$ 2,48 bilhões, alta de 29,5% em relação a 2019.

O ano de 2020 foi marcado pelo avanço da estratégia de verticalização da operadora. A NotreDame somou 12 aquisições, com 1.097 mil beneficiários e 859 leitos, especialmente marcando a entrada em alguns dos mercados mais relevantes da saúde privada do Brasil, como Paraná, Santa Catarina, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. “Desde julho de 2020 adquirimos 618 mil beneficiários e 588 leitos via aquisições”, diz a NotreDame em comunicado.


“Desde o início deste ano, já realizamos 4 aquisições na Região Sul do país, que totalizam aproximadamente 408 mil beneficiários de saúde e 4 hospitais (263 leitos), além de diversas clínicas, prontos socorros e laboratório”, diz a operadora. Foram adquiridos o Hospital Santa Brígida, de Curitiba; a LifeDay, operadora de saúde com cerca de 57 mil beneficiários presente em Santa Catarina e Rio Grande do Sul; o Hospital do Coração de Balneário Camboriú; e o Grupo Clinipam, com uma carteira de cerca de 351 mil beneficiários de planos de saúde (em fevereiro), localizados majoritariamente na região metropolitana de Curitiba e Vale do Itajaí em Santa Catarina.


A Rede D’Or lançou sua oferta pública de ações (IPO, na sigla em inglês), que pode se tornar o segundo maior IPO da história no Brasil. O registro do prospecto preliminar na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) indica faixa de preço entre R$ 48,91 e R$ 64,35.

Considerando o preço médio da faixa, a Rede D’Or pode levantar R$ 8,25 bilhões na oferta base, dinheiro que vai para o caixa da companhia. Nesse patamar de preço, a companhia chegará à bolsa avaliada em R$ 112,4 bilhões e, considerando o valor piso da faixa, em R$ 97 bilhões.

No entanto, no cenário mais otimista, que considera o teto de preço e alocação de lotes adicional e suplementar, a oferta pode movimentar R$ 12,66 bilhões e a companhia estrear na B3 com um valor de mercado de R$ 127,7 bilhões.


“Exceto pelos registros da Oferta a serem concedidos pela CVM para a realização da Oferta no Brasil, em conformidade com os procedimentos previstos na Instrução CVM 400, a Companhia, os Acionistas Vendedores, os Coordenadores da Oferta e os Agentes de Colocação Internacional não realizaram nem realizarão nenhum registro da Oferta ou das Ações na SEC dos Estados Unidos e nem em qualquer agência ou órgão regulador do mercado de capitais de qualquer outro país. As Ações não poderão ser ofertadas ou subscritas nos Estados Unidos ou a pessoas consideradas U.S. persons, conforme definido no Regulamento S, exceto se registradas na SEC ou de acordo com uma isenção de registro nos termos do Securities Act”, diz a Rede D’Or em comunicado.


Com informações do Valor Econômico. Edição do Setor Saúde.



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