Estatísticas e Análises | 21 de dezembro de 2017

Projeto Parto Adequado: ANS alerta sobre partos agendados

Projeto já evitou 10 mil cesáreas desnecessárias no Brasil
Projeto Parto Adequado ANS alerta sobre partos agendados

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) inicia uma nova campanha do Projeto Parto Adequado para sensibilizar gestantes e profissionais de saúde a evitarem o agendamento de cesarianas. O projeto, desenvolvido em parceria com o Hospital Israelita Albert Einstein e o Institute for Healthcare Improvement (IHI), visa incentivar o parto normal e conscientizar futuras mães e toda a rede de atenção obstétrica sobre a realização de cesáreas sem indicação clínica.

Como há um crescimento no número de partos cirúrgicos marcados no fim do ano, devido às férias e festas, a iniciativa traz mensagens para lembrar os riscos acarretados pela antecipação do nascimento de bebês, fora do trabalho de parto.

Os benefícios do parto normal são enfatizados pela ANS na campanha: menor risco de complicações para a mãe e o bebê decorrentes da cirurgia; indução ao aleitamento materno, devido à liberação de hormônios que facilitam o início da amamentação;  contato imediato entre mãe e bebê, estimulando a interação materna; preparação do bebê para o ambiente externo, com maior amadurecimento do pulmão  e contato com as bactérias benéficas da mãe, reduzindo a incidência de doenças infantis; recuperação mais rápida do útero e do corpo da mulher.

“Entre dezembro e fevereiro, constata-se o aumento do número de agendamentos desnecessários de cesáreas devido aos feriados de Natal, Ano Novo e Carnaval, por isso é importante que a ANS reforce a campanha de conscientização ao estímulo ao Parto Adequado”, explica o diretor de Desenvolvimento Setorial da ANS, Rodrigo Aguiar, lembrando que o projeto tornou possível a realização de mudanças de infraestrutura e de operação nos hospitais participantes, além de incentivar mudanças efetivas de comportamento.

De acordo com a Agência, o Projeto Parto Adequado, que iniciou em 2015, vem identificando modelos inovadores e viáveis de atenção ao parto e nascimento, reduzindo o número de cesarianas desnecessárias. O projeto está em sua Fase 2, que será concluída em maio de 2019. Nesta etapa, participam hospitais e operadoras de todo o país. Foram selecionadas 136 maternidades e 68 operadoras de planos de saúde que manifestaram interesse em atuar como apoiadoras do projeto. A Fase 1, também denominada “piloto”, contou com a adesão de 35 hospitais. “Ao longo de 18 meses, foram alcançados resultados transformacionais, pois os hospitais piloto protagonizaram a criação de um novo modelo de assistência materno-infantil para o Brasil e evitaram a realização de 10 mil cesarianas desnecessárias”, informa a ANS.

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Partos normais cresceram 76% 

A Agência informou que essas ações podem reverter a alarmante escalada de cesáreas no Brasil. O resultado da 1ª Fase do Projeto Parto Adequado, apresentado em novembro de 2016, “mostrou que a taxa de partos vaginais nos hospitais que fizeram parte do projeto piloto – ou seja, que participaram de todas as estratégias adotadas – cresceu em média 76%, o equivalente a 16 pontos percentuais, saindo de 21% em 2014 para 37% em 2016”.

“A mulher tem o direito de ser informada para se tornar parte ativa na decisão pelo tipo de parto. Hoje, não há evidências científicas que justifiquem o agendamento de uma cesariana, salvo algum risco claro para a saúde da mãe e do bebê. É importante buscar a opinião dos médicos, enfermeiras e demais profissionais que acompanham o pré-natal e trocar experiências com mulheres que tiveram diferentes tipos de parto”, destaca a coordenadora do projeto Parto Adequado na ANS, Jacqueline Torres.

A coordenadora do projeto analisa como está a implementação da Fase 2 do projeto, projetando as mudanças esperadas para o próximo ano. “Ao longo de 2017, preparamos os hospitais que ingressaram na Fase 2 para a realização de mudanças com vistas à maior qualidade da atenção obstétrica. Os hospitais estão inseridos em contextos diversos, muitos não possuem cultura de coleta e análise de dados e de realização de mudanças de forma sistemática, utilizando o Modelo de Melhoria. Foi necessário investir nessa formação. Após essa etapa, esperamos que em 2018 a redução do percentual de cesariana nesse grupo comece também a aparecer, mudar uma situação como a da epidemia de cesarianas do setor privado, exige paciência e persistência, é um trabalho de formiguinha”, esclarece a coordenadora do projeto.

A Fase 2 do projeto está em curso e terá seus primeiros resultados divulgados no primeiro semestre de 2018.

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Com informações da Agência Nacional de Saúde. Edição do Setor Saúde.

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